PAULO PEIXOTO
DE BELO HORIZONTE
A menos de um ano das eleições, os governos federal e de Minas Gerais estão intensificando os agrados a prefeituras do Estado com entrega de máquinas e caminhões.
A justificativa é a mesma: desenvolvimento e melhoria das condições municipais.
As ações da gestão Dilma Rousseff (PT) e do governo Antonio Anastasia (PSDB) miram sobretudo cidades menores, nas quais os equipamentos ganham relevância pelo alto custo de aquisição.
Uma retroescavadeira e uma motoniveladora custam até R$ 450 mil. Com receita mensal de R$ 600 mil, Alto Jequitibá, no leste mineiro, é um exemplo de município que não teria como comprar uma dessas máquinas.
Gil Leonardi/Divulgação/Imprensa MG
Anastasia, na sede do governo de MG, com um dos caminhões distribuídos a municípios
Com recursos federais, a cidade conseguiu uma motoniveladora em 2011 e uma retroescavadeira do PAC Equipamentos em 2013. Do governo estadual, o prefeito Daniel Sathler (PMDB) recebeu dois caminhões.
Tanto as máquinas do PAC como as do ProMunicípio são entregues em cerimônias com prefeitos, ampla divulgação e poses para fotos.
Esses atos têm sido um dos principais motes da agenda de Dilma pelo país. Em Minas, quando a presidente não pode fazer as entregas, vai o ministro e pré-candidato ao governo Fernando Pimentel (Desenvolvimento) -embora a ação seja da pasta do Desenvolvimento Agrário.
Pelo lado do PSDB, os equipamentos são entregues desde o fim de outubro por Anastasia e o vice-governador Alberto Pinto Coelho (PP), apoiadores da candidatura do senador Aécio Neves (PSDB) ao Planalto.
Com benesses chegando dos dois lados, prefeitos preferem esperar 2014 para anunciar apoios. "Vamos ver quem será candidato. Por ora, ninguém é ainda", disse Sathler.
Em Pratápolis, no sul do Estado, a prefeitura assinou com o ProMunicípio para receber um caminhão de R$ 160 mil. Do governo federal, ganhou uma retroescavadeira e espera mais duas máquinas, disse o prefeito José Eneido Modesto (PMDB).
"Esses bens são muio bem-vindos, independentemente da disputa eleitoral", afirmou o prefeito, que diz ainda analisar quem irá apoiar em 2014. O discurso dá o tom da dúvida dos prefeitos.
"O governo do Estado, da época do Aécio ao governador Anastasia, trata o município muito bem. O governo federal está mais distante, mas a gente nunca tinha sido agraciado com um programa desse", afirmou.
Fonte: FOLHA DE SP
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