Ministro da Defesa disse que o governo brasileiro vai adquirir 36 aeronaves Gripen, que irá transferir tecnologia para a Força Aérea Brasileira; custo será de R$ 4,5 bilhões
Eduardo Rodrigues e Tânia Monteiro - O Estado de S. Paulo
Brasília - O ministro da Defesa, Celso Amorim, anunciou oficialmente, na tarde desta quarta-feira, 18, que o governo escolheu o caça sueco Gripen para o projeto FX-2. Com isso, o Brasil irá adquirir 36 aeronaves de combate da Saab, que irá transferir a tecnologia dos caças para a Força Aérea Brasileira (FAB).
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Defesa vai comprar 36 aeronaves a um custo de R$ 4,5 bi
O objetivo é criar condições para que ao menos parte dos equipamentos sejam produzidos nacionalmente, segundo o ministro. "Nós iniciamos agora uma fase de negociação do contrato. A escolha foi objeto de estudos e ponderações muito cuidadosas e levou em conta performance, transferência efetiva de tecnologia e custos não só de aquisição, como de manutenção. A escolha se baseou nesses três fatores", afirmou.
Apesar do ministro ter destacado que o contrato ainda será negociado, um documento da Aeronáutica lido em apresentação no ministério afirma que os investimentos no programa FX-2 são da ordem de US$ 4,5 bilhões, com um cronograma de desembolso que se estenderá até 2023. Amorim não falou em prazo para entrega das aeronaves, mas disse que a expectativa é de que a negociação leve entre 10 e 12 meses. "Então não terá impacto no orçamento do próximo ano", completou.
Segundo o comandante da Aeronáutica, tenente brigadeiro Juniti Saito, a transferência de tecnologia será feita por meio de um processo de desenvolvimento conjunto entre a Saab e a Embraer. "Mas temos várias outras indústrias que se ofereceram para contribuir ao desenvolvimento do caça. Ao fim do desenvolvimento, teremos acesso a toda a tecnologia do avião", completou.
Em nota oficial, o governo afirmou que o histórico do processo começou em 1992. Segundo a nota, o novo avião caça atenderá a FAB pelos próximos 30 anos e substituirão os franceses Mirage, que deixam de operar neste mês de dezembro.
Até que cheguem as primeiras unidades do Gripen NG, o Brasil ficará protegido pelos aviões F-5 que foram remodelados pela FAB. O contrato será de US$ 4,5 bilhões inclui cooperação industrial, negociação para materialização de contratos e bens. A expectativa é que a Embraer coopere com o projeto.
Além da sueca Saab, também estavam na disputa os caças Rafale, da francesa Dassault, e as aeronaves Super Hornet F-18, da norte-americana Boeing.
Na Força Aérea, o Gripen sempre foi considerado favorito porque, apesar de ter muitos componentes norte-americanos, é um projeto a ser desenvolvido em parceria conjunta com o Brasil. Na semana passada, a presidente Dilma Rousseff mandou recado para o presidente francês François Hollande de que não desejava tratar deste assunto durante sua visita ao Brasil porque estaria insatisfeita com problemas na parceria para compra de equipamentos da Marinha.
Da mesma forma, a presidente Dilma está insatisfeita com os Estados Unidos por causa da espionagem sobre ela e empresas do seu governo. Este fato praticamente enterrou a parceria com os norte-americanos.
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