Franceses dizem que Arafat morreu de “infecção generalizada”, contrariando conclusão dos suíços
A equipe de cientistas franceses que analisou amostras do corpo exumado de Yasser Arafat não acredita que o líder palestino tenha sido envenenado. A informação consta de um relatório vazado à imprensa.
Cientistas franceses dizem que Arafat morreu de “infecção generalizada”, contrariando a conclusão anterior de uma equipe suíça que também teve acesso às amostras.
Os cientistas suiços dizem ter encontrado uma alta concentração de polônio no corpo de Arafat, reforçando a tese de que ele teria sido envenenado.
A viúva, Suha Arafat, disse em Paris que ficou “triste com as contradições entre os melhores especialistas europeus da matéria”.
Em Israel, frequentemente acusado pelos palestinos de estar atrás da morte, o ministro das Relações Exteriores, Yigal Palmor, disse que a conclusão do relatório francês “não é uma surpresa”.
Já o chefe da comissão palestina que investiga a morte de Arafat disse que precisa “estudar o relatório” para se pronunciar.
Morte e exumação
Em novembro de 2012, o corpo de Arafat foi retirado do mausoléu onde está sepultado em Ramallah, na Cisjordânia, para ser examinado por uma equipe de especialistas suíços, franceses, palestinos e russos.
Na época, havia suspeitas de contaminação por substância radioativa, após cientistas terem encontrado alto conteúdo de polônio na roupa e nos objetos pessoais de Arafat.
No segundo semestre deste ano, uma equipe do Hospital Universitário de Vaudois, na Suiça, afirmou ter encontrado níveis de polônio-210 18 vezes mais altos do que o normal em ossos das costelas e pélvis de Arafat e em amostras de solo que estavam próximas a seu corpo. Os cientistas disseram que respaldavam "moderadamente a hipótese de que a morte tenha sido causada por envenenamento".
O líder palestino morreu em 2004 aos 75 anos, após sofrer um derrame cerebral e uma hemorragia provocados por uma infecção desconhecida.
Arafat foi durante 35 anos o líder da Organização para a Libertação da Palestina (OLP). Em 1994, tornou-se presidente da Autoridade Nacional Palestina.
Em outubro de 2004, ficou doente repentinamente e duas semanas depois, em estado gravíssimo, foi transferido para um hospital militar em Paris. Ele morreu poucas semanas depois, em 11 de novembro. Na ocasião, houve rumores de que ele teria Aids ou câncer.
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