"Spartacus Branco" foi condenado pelo assassinato de diversos defensores do regime escravocrata
Em 2 de dezembro de 1859, na Virgínia, um estado do sul dos Estados Unidos, é enforcado John Brown, um norte-americano branco de 59 anos, culpado pelo assassinado de diversos militantes escravagistas e por ter tentado sublevar escravos negros.
John Brown iria se tornar um dos herois míticos da luta contra a escravidão.
“Sim, que a América saiba e reflita. Existe algo mais espantoso que Caim ter matado Abel. É Washington matando Spartacus”, exclamou Victor Hugo, no exato dia da execução de Brown, de seu exílio de Guernesey.
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O enforcamento de John Brown chega ao paroxismo no conflito entre partidários e opositores da manutenção da escravidão. A federação estadunidense estava à beira de uma implosão.
Nascido no estado de Connecticut, no nordeste do país, Brown era um revoltado com a sorte destinada aos escravos no sul do país.
Na noite de 25 de maio de 1856, à frente de um punhado de voluntários, mata cinco militantes do partido escravagista da Lei e Ordem (Law and Order Party) em Pottawatomie, na região sul do estado de Kansas. Suas vítimas, elas mesmas, não possuiam escravos.
Em 2 de junho de 1856, dá-se a grande chacina. Esta ação foi a mais sangrenta de uma longa série de atentados nos dois lados do conflito. John Brown ataca e mata 23 militantes escravagistas.
Por fim, em 16 de outubro de 1859, conduzindo 21 homens – 16 brancos e 5 negros –, penetra no estado de Virgínia e ataca o arsenal Harpers Ferry. Sequestra o armamento e projeta enviá-lo aos escravos a fim de estimular sua rebelião. Contudo, nenhum escravo se manifesta e já no dia seguinte Brown e seus homens são capturados pelos ‘marines’ do coronel Lee, futuro comandante-em-chefe dos exércitos sulinos da Confederação.
O “Spartacus Branco”, como ficou cunhado e conhecido, é enforcado em Charles Town, hoje localizada no estado de Virgínia Ocidental.
Três semanas mais tarde, Abraham Lincoln é eleito presidente dos Estados Unidos. Logo depois, o Sul proclama a secessão.
Fonte: OPERA MUNDI
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