Foi decretado na cidade o estado de calamidade pública na pequena cidade de Itaóca.
Por:Domingos Grilo Serrinha, correspondente no Brasil
Uma pequena cidade no interior do estado brasileiro de São Paulo, Itaóca, com 3200 habitantes, quase foi varrida do mapa por uma violenta tempestade que matou pelo menos 14 pessoas. Segundo confirmou fonte da autarquia local ao CM, o número de desaparecidos, esta quarta-feira à tarde, era de pelo menos oito pessoas e estavam ainda contabilizados 330 desalojados, muitos deles a viver em zonas que ficaram isoladas pela água.
Itaóca foi atingida por uma chuva torrencial que começou no final da noite de domingo e se prolongou por toda a madrugada de segunda-feira. O Rio Palmital, que corta a pequena cidade de uma ponta à outra, subiu mais de cinco metros, num curto espaço de tempo, e ampliou muito a tragédia.
A assessoria da Câmara Municipal de Itaóca explicou que dois dos afluentes do Rio Palmital ficam acima do nível da cidade e que a água deles, ao desaguar no rio principal, formou uma torrente violenta que arrastou tudo pela frente. Quase 200 casas ficaram submersas e muitas outras foram arrastadas pela enxurrada com os habitantes lá dentro.
Foi decretado na cidade o estado de calamidade pública. Além da destruição causada pela água, deslizamentos de encostas agravaram ainda mais a situação. O drama da população foi agudizado pela falta de água potável e de energia elétrica.
Equipas dos bombeiros de São Paulo, especializadas em resgate em tragédias naturais, foram enviadas para Itaóca, juntamente com cães pisteiros, equipamentos e máquinas pesadas. O governador do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, cancelou todos os seus compromissos de segunda e de terça-feira, permanecendo na região para acompanhar o trabalho da Proteção Civil, dos funcionários municipais e de voluntários no socorro às vítimas.
De acordo com a assessoria municipal, não há memória de uma cheia tão grande na cidade. Em 1997, o Rio Palmital alagou algumas ruas da parte mais baixa de Itaóca, devido às fortes chuvadas, mas nada que se compara ao grau de destruição de agora.
Esta quarta-feira, a cidade continuava paralisada. O comércio, que segundo a assessoria do governo local foi totalmente devastado, não funcionava nem de forma precária, e escolas e outros organismos públicos estavam fechadas. A única atividade era das equipas de socorro, que tentavam atingir bairros ainda isolados e onde até então não tinha sido possível chegar nem de helicóptero, e de voluntários, pessoas de outras cidades que foram para Itaóca tentar ajudar.
Fonte: CORREIO DA MANHÃ (Portugal)
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