Conclusão saiu depois que pesquisadores observaram o comportamento de chimpanzés durante 50 anos
O estudo indica que os chimpanzés machos violentos são os que têm mais filhotes: ataques intimidariam as fêmeas
Além de comum, a violência entre macacos tem uma ligação forte com rituais de reprodução. É o que mostra um estudo norte-americano publicado na revista Current Biology. Cientistas analisaram como um grupo de chimpanzés se comportava quando procriava e se as ações tomadas por eles durante o ato influenciavam na herança genética. O grupo chegou à conclusão de que os machos que batiam nas fêmeas quando elas não estavam no cio conseguiam ter mais filhotes do que aqueles que as agrediam no ápice da frase reprodutiva. A prática identificada pode servir como uma estratégia desses animais para conseguir aumentar o número de descendentes.
“Houve vários grandes estudos encontrando evidências a favor e contra a presença de coerção sexual em chimpanzés selvagens. Temos acesso a atribuições de paternidade geneticamente determinadas desde 1995 em nossa comunidade de estudo, o que nos permitiu investigar a presença desse comportamento usando dados genéticos de uma grande população. Pensamos que isso poderia trazer uma contribuição significativa para o debate”, justifica ao Correio Joseph Feldblum, autor principal do estudo, antropólogo e pesquisador da Universidade de Duke.
Os chimpanzés machos são conhecidos por agredir as fêmeas, mas estudos anteriores não conseguiram definir se essa atitude seria benéfica ou maléfica para a relação entre os dois gêneros. Com o intuito de esclarecer essa dúvida, Feldblum e a equipe liderada por ele resolveram acompanhar de perto uma comunidade desses animais no Parque Nacional de Gombe, na Tanzânia.
Com as análises de comportamentos observados durante 50 anos e os testes genéticos que apontaram a paternidade dos filhotes, os cientistas concluíram que os macacos que agrediam as fêmeas quando elas não estavam no cio obtiveram taxas de paternidade muito maiores do que os chimpanzés que cometiam os ataques durante o período de reprodução das parceiras. Os especialistas acreditam que essa seja uma estratégia de intimidação dos machos.
Fonte: http://www.correiobraziliense.com.br/
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