Sátira à teologia mórmon: foguete-templo
ruma para Kolob, perto do qual mora Deus
Do ponto de vista cético, as religiões cristãs, ao menos as fundamentalistas, são tão bizarras como muitas outras, porque acreditam, por exemplo, que Deus criou o homem a partir do barro e a mulher, com uma costela dele.
Mas, como se sabe, existe muito estranhamento entre as religiões cristãs, umas em relação às outras, como se não tivesse importância o fato de acreditarem no mesmo Deus, o Jeová.
Contudo, entre as cristãs, uma das religiões é tida mais estranha que outras. Trata-se da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias — a Igreja Mórmon.
Ela se declara cristã — Cristo, afinal, faz parte do nome da Igreja —, mas católicos e evangélicos não a aceitam como tal. Para eles, a doutrina da Igreja criada pelo americano Joseph Smith Jr. está pontuada de bizarrices que nada têm a ver com o cristianismo.
Entre tantos, seguem abaixo oito pontos da teologia mórmon que são rejeitados peremptoriamente pelos cristãos tradicionais.
1 – Deus já foi ser humano
Os mórmons acreditam que Jeová, antes de se tornar o poderoso Deus, já foi um prosaico ser humano, um desses que habitam a Terra. Para eles, Deus não é um ser imaterial porque continua ostentando carne e osso, Ele mora perto de um planeta ou estrela chamado Kolob, que foi citado no livro de Abrão, mas nunca localizado pela astronomia. Deus é casado com uma ou mais mulheres.
2 – Seres humanos podem se tornar deuses
A teologia mórmon ensina que os humanos podem se tornar em deuses algum dia, seguindo assim o mesmo trajeto de evolução espiritual de Jeová. Mas essa possibilidade, obviamente, só se aplica aos homens mórmons que defendem fielmente os ensinamentos de Deus.
3 – Já existimos antes de nascermos
A vida começa antes mesmo da concepção, porque, para os mórmons, todos, antes de nascerem, já existem como filhos espirituais por intermédio da relação sexual entre Deus e suas esposas. Por isso é que eles dizem que somos literalmente filhos de Deus (e de suas mulheres) e vivemos entre irmãos e irmãs.
4 – Jesus foi criado por intermédio do sexo
Jesus não nasceu de uma virgem, mas, pela teologia mórmon, por intermédio de relações sexuais de Deus com duas mulheres. Com sua mulher do céu ele teve a primeira relação, para o nascimento espiritual de Jesus, e com Maria teve outro encontro sexual, para o nascimento carnal. Isso significa que Maria deixou de ser virgem ao conceber Jesus, se é que ela já não tinha relações sexuais com seu outro “marido”, o carpinteiro José.
5 – Existem vários céus
Para os mórmons, existem vários céus, em diferentes patamares e uns melhores que outros. Os mórmons que seguem todos os ensinamentos de Deus vão para o céu mais elevado, o melhor deles. Os demais serão conduzidos para céus inferiores, de acordo com o que cada um deles agiu e se comportou na Terra.
6 – Mórmons não creem em pecado original
Os mórmons não acreditam que todos já nascem pecadores porque Adão e Eva desobedeceram a Deus comendo a maçã da árvore do conhecimento. Isto porque, para eles, o casal não cometeu um pecado, mas apenas uma transgressão. Para os mórmons, as pessoas só vão ter de responder a Deus pelos seus próprios pecados.
7 – Batismo de mortos
A teologia dos mórmons diz que só entra no Reino de Deus que for batizado — nesta vida, aqui na Terra, ou na outra, no mundo espiritual. É por isso que os mórmons batizam mortos, a pedido de seus parentes. Cabe aos mortos aceitarem ou não o batismo, aceitarem ou não Jesus.
O batismo dos mortos é ensinado em 1 Pedro 4:6: “Porque por isto foi pregado o evangelho também aos mortos, para que, na verdade, fossem julgados segundo os homens na carne, mas vivessem segundo Deus em espírito.”
Nos anos 90, os mórmons batizaram judeus que tinham sido mortos no holocausto. Houve familiares dos “novos” mórmons que ficaram indignados, e a Igreja se comprometeu a não mais incluir as vítimas do Holocausto nos chamados “batismos póstumos”.
8 – Contradições do Livro Mórmon
Os mórmons seguem as suas próprias escrituras e a tradicional Bíblia. Mas, para eles, a verdade de Deus, em sua inteireza, está no Livro Mórmon, deixado por Smith.
Para o fiel e estudioso da religião não deve ser fácil tentar traçar uma linha de racionalidade, porque, como se não bastassem as contradições do texto bíblico, o Livro Mórmon também não se notabiliza pela coerência, além das diferenças inconciliáveis que há entre um livro sagrado e outro.
O Livro Mórmon é acusado de ser incompatível, em alguns pontos, com o ensinamento do próprio mormonismo. Exemplo: O livro diz que Deus é único, mas a teologia mórmon abre a possibilidade de haver vários deuses. Para o livro, Deus é imutável, mas o que os mórmons pregam é que Ele ainda se encontra crescendo, obtendo novos conhecimentos.
Enfim, as diferenças entre o “livro perfeito” e o que se prega são muitas.
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