Há várias possíveis explicações
para o secularismo dos homens
Estudos e pesquisas mostram que os homens tendem mais para o secularismo que as mulheres.
Como exemplo, há uma pesquisa recente da ARIS (American Religious Identification Surveys) segundo a qual 75% dos americanos que se identificam com o agnosticismo são homens, o mesmo ocorreu com os ateus, na proporção de 70%, e com aqueles que se declaram sem religião, com 58%.
Outro exemplo, nos Estados Unidos, é a composição da diretoria da influente fundação FFF (Freedom Form Religion), que se dedica à defesa da laicidade do Estado. Os homens detêm 79% dos cargos da diretoria.
O predomínio de homens no movimento secular foi discutido recentemente nos Estados Unidos por causa de uma declaração do neurocientista Sam Harris de que os ateus (e não as ateias) são os leitores mais frequentes de seus livros.
Uma feminista chegou a acusar Harris de sexismo porque, dizia ela, o ateísmo não pode ser entendido a partir de uma abordagem de gênero.
Posteriormente ela se retratou diante de um artigo do sociólogo Phil Zuckerman expondo não só a abundância de documentos sobre o fato de haver mais homens seculares, como também as pesquisas que comprovam o maior engajamento das mulheres com a religião.
Um recente levantamento do instituto Pew Research Center mostrou que 77% das mulheres americanas acreditam em Deus com absoluta certeza, contra 65% dos homens.
Pelo levantamento, 66% das mulheres rezam todos os dias, contra 49% dos homens. Na proporção de 63%, elas também acham que a religião é muito importante para sua vida, enquanto o percentual dos homens ficou em 49%.
Desde 1945 o Gallup tem apurado que, com grande diferença, as mulheres norte-americanas são mais religiosas que os homens.
Em outros países, os homens também são mais seculares. Exemplos: na Ucrânia, 77% do total das pessoas que se declaram ateias são homens; em Portugal, 76%; no Uruguai, 70%; Japão, 67%; Israel, 65%, México, 61%; Suécia, 61%; e Holanda, 60%. As informações são do livro The Oxford Handbook of Atheism (Oxford Handbooks), de Stephen Bullivant e Michael Ruse.
Sobre o Brasil, não há dados, mas, ao se observar na internet os ativistas seculares, a maioria também é constituída por homens.
Para Zuckerman, entre as prováveis explicações de os homens serem mais seculares, está o fato de as mulheres serem mais facilmente exploradas e excluídas da sociedade, e, por isso, elas procuram a compensação na religião.
Gallup revela que mulher
sempre foi mais religiosa
O sociólogo escreveu ainda que a religião atrai mais as mulheres provavelmente porque elas são mais vulneráveis financeiramente. Em contraposição, na religião elas encontram maior apoio psicológico e institucional.
Outra explicação, segundo ele, está na formação educacional: os homens são preparados para ser mais independentes e rebeldes, enquanto as mulheres recebem orientação para a obediência, o que se reflete em tudo na vida delas.
“É possível, também, haver algo em relação às diferenças inatas entre os sexos,sejam elas genéticas, neurológicas e fisiológicas”, escreveu o sociólogo.
Zuckerman concluiu que talvez a explicação esteja em uma complexa combinação dos vários itens acima, embora ele, como sociólogo, tende a dar mais importância às forças sociais e culturais.
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