Por Brasil Econômico - Gilberto Nascimento* | 03/11/2014 06:00
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Maioria dos líderes católicos estava antes engajada em movimentos sociais e apoiava principalmente os petistas
A Igreja Católica mudou o seu perfil político no Brasil nos últimos anos. Antes, os grupos católicos que se engajavam na política partidária – em sua maioria – estavam mais à esquerda. Apoiavam principalmente o PT. Agora, embora a Igreja Católica continue sem declarar apoio oficial a candidatos, chama a atenção o alinhamento de bispos e padres a políticos de tendência mais conservadora.
Isso ocorre em razão de grupos de esquerda defenderem propostas como o aborto e o casamento gay. No Mato Grosso do Sul, líderes de Comunidades Eclesiais de Base (Cebs) reclamaram do bispo de Dourados, dom Redovino Rizzardo, por ele ter dito, em reuniões internas, que a presidenta Dilma não recebia dirigentes católicos em audiência. A partir daí, padres locais passaram a fazer campanha para o presidenciável tucano Aécio Neves.
Em São José do Alegre (MG), um padre leu na missa, antes do segundo turno, um texto de dom Luiz Gonzaga Bergonzini, bispo emérito de Guarulhos, morto em 2012, contra Dilma e políticos do PT que supostamente defendiam o aborto. O texto era de 2010.
Grupos católicos como a Renovação Carismática e Canção Nova apoiaram Aécio e outros candidatos tucanos. Em Anápolis (GO), o padre Luiz Carlos Lodi, presidente do movimento Pró-Vida, defendeu que cristão “não vota em abortista”. Em Cuiabá, o padre Paulo Ricardo, da TV Canção Nova, também fez campanha aberta “contra o PT e o comunismo”.
O contraponto em favor do PT veio das Pastorais Operária, Carcerária e da Juventude em todo o País e de grupos de Cebs de Belo Horizonte, por exemplo, que distribuíram panfletos condenado agressões a Dilma. O secretário-geral da CNBB, dom Leonardo Steiner, defendeu, em documento da entidade, que os cristãos participassem da vida política e votassem em candidatos ficha-limpa.
PRB já prepara campanha de Russomanno
Após eleger 21 deputados federais e quatro estaduais em São Paulo, o PRB já prepara a campanha de Celso Russomanno à Prefeitura de São Paulo, em 2016. O partido acredita que, com ao menos quatro minutos de tempo na TV, Russomanno conseguirá chegar ao segundo turno. Ele foi eleito com 1,5 milhão de votos e levou outros sete.
Disputa por prefeitura no PMDB do Rio
O presidente do PMDB do Rio, Jorge Picciani, não admite que exista entre ele e o prefeito carioca, Eduardo Paes, do seu partido, uma disputa interna para indicar o candidato que concorrerá à Prefeitura em 2016. Picciani mobiliza forças para que seu filho Leonardo Picciani, recém-eleito deputado federal, saia vitorioso.
Paes já disse publicamente que o candidato será seu ex-secretário Pedro Paulo, também eleito para a Câmara. Picciani diz que a decisão passará pelo partido e pelo crivo do ex-governador Sérgio Cabral. E recomenda cautela ao prefeito. “Paes já se deu mal no PSDB e no DEM por seu temperamento”, afirmou.
Alves discutirá constituinte exclusiva
Os deputados Renato Simões (PT-SP) e Luiza Erundina (PSB-SP) devem se reunir nesta semana com o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves (PMDB-RN), para discutir a tramitação do projeto de decreto legislativo que convoca um plebiscito para a criação de uma Assembleia Constituinte exclusiva para a reforma política. A expectativa é que Alves coloque a discussão no colégio de líderes. Uma campanha popular colheu 7,7 milhões de votos pela constituinte.
Proposta tem 185 signatários
Para registrar a proposta, Renato Simões e Luiza Erundina colheram assinaturas de 185 parlamentares de diversos partidos. O mínimo exigido era 171. Entre os signatários estão deputados contrários à medida, mas que assinaram o pedido para colocar o assunto em discussão. É o caso de Eduardo Cunha (RJ), líder do PMDB e pré-candidato à Presidência da Câmara. Caso aprovada em plebiscito, a proposta prevê uma eleição, cujos vencedores farão apenas a reforma política.
“Não está no meu imaginário nenhuma eleição. Quero aproveitar a minha experiência para produzir um movimento mais de conteúdo estratégico”
Tarso Genro (PT), governador do Rio Grande do Sul, ao se aposentar das urnas após a derrota no segundo turno no Estado
*Com Leonardo Fuhrmann
Fonte: ULTIMO SEGUNDO
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