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Advogado - Nascido em 1949, na Ilha de SC/BR - Ateu - Adepto do Humanismo e da Ecologia - Residente em Ratones - Florianópolis/SC/BR

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domingo, 24 de abril de 2022

COMO MORRE A NACIONALIDADE

 As camadas inferiores são os viveiros donde saem continuamente os novos elementos, que lhes vêm dar vigor, e cobrir os claros, compensando o que a degradação parasitária tem consumido. 

São esses elementos que, assim, asseguram a vida à nação, garantindo o seu progresso, contra o conservantismo essencial dos parasitas, até que, afeiçoando-se ao parasitismo, os novos entrados se tornem por sua vez conservadores, e resistam amanhã aos que tiverem surgido depois. 

Eis aí por que “a revolta social de ontem é a opressão política de amanhã”... 

São esses novos elementos que, pelas energias próprias de que são possuídos, mantêm na sociedade a soma de vigor e de inovação precisa para que se continue a obra civilizadora. 

É à custa deles que as sociedades vivem e progridem, até o dia em que a justiça se imponha a todos os homens, e desapareçam estas iniqüidades e distinções – dominantes e dominados, parasitas e explorados. 

Até lá, é a massa popular que representa a garantia, o futuro e o progresso das nacionalidades. 

 Quando o abandono e a miséria lhe aniquilam todas as energias, quando o embrutecimento lhe mata os estímulos, reduzindo-a à imbecilidade, quando a opressão e a exploração a deformam e a degradam, até o ponto de lhe abafar todos os ímpetos, e que a multidão perde mesmo a faculdade de se revoltar contra esta opressão – nesse dia, morreu a nacionalidade.

MANOEL BOMFIM - A américa Latina - Males de origem

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