O deputado Elias Vaz (PSB) quer a convocação do ministro da Defesa para explicar empenhos feitos pelos militares
Forças Armadas compraram 11 milhões de unidades de Viagra no governo Bolsonaro.Créditos: Reprodução
Escrito en POLÍTICA el 28/4/2022 · 14:53 hs
As Forças Armadas compraram 11,2 milhões de comprimidos de Viagra, medicação para disfunção erétil, durante o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), militar reformado. Os números impressionantes superam de longe os 35 mil que foram revelados inicialmente pelo deputado federal Elias Vaz (PSB-GO), que agora quer a convocação do ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, para explicar a compra massiva de Viagra.
O deputado identificou dez empenhos do governo federal para a compra de 11,2 milhões de comprimidos de Viagra, de 20, 25 e 50 miligramas no período de 2019 a 2022. O valor pode chegar a R$ 33,5 milhões.
Além disso, o parlamentar descobriu um contrato da Marinha com a empresa EMS para a fabricação do Citrato de Sildenafila (substância do Viagra) em seus laboratório.
“Tal fato nos causa estranheza, pois há inúmeros medicamentos essenciais, alguns imprescindíveis a manutenção da vida de nossos cidadãos, faltando nas unidades de saúde. Diante disso, a estrutura das Forças Armadas poderia estar sendo usada na fabricação desses medicamentos”, diz Vaz no requerimento apresentado à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados.
"A opção por investir recursos do erário na fabricação do Viagra e não em medicamentos essenciais como, por exemplo, antibióticos, analgésicos, sedativos, vermífugos, corticosteróides, vasodilatadores, broncodilatadores etc, que atuam no tratamento de doenças comuns do dia a dia, fere o interesse público. A população padece pela falta de produtos básicos todos os dias. Portanto, o fato de as Forças Armadas se tornarem fabricantes de Viagra, é um disparate", acrescenta.
Governo Bolsonaro minimiza compra de Viagra
Logo que foi revelada a compra de milhares de comprimidos de Viagra pelas Forças Armadas, parlamentares de oposição se mobilizaram para investigar a fundo as contas dos militares. A reação do governo, por sua vez, foi a de minimizar o caso. Bolsonaro tentou argumentar que a medicação seria para pressão arterial, enquanto o vice-presidente Hamilton Mourão fez piada: "Não posso tomar meu Viagra, pô?".
O argumento sobre hipertensão foi contrariado por especialistas. O deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP), médico sanitarista e ex-ministro da Saúde, chegou a levar orientações ao Tribunal de Contas da União (TCU) sobre como funcionaria o eventual tratamento contra hipertensão arterial caso ele realmente tiver sido usado.
Com informações do Congresso em Foco
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