Bolsonaro decide oferecer asilo político a golpista presa na Bolívia
Bolsonaro também afirmou que oferecerá asilo ao ex-comandante das Forças Armadas, Williams Kaliman, e ao ex-Comandante Geral da Polícia, Vladimir Calderón
27 de junho de 2022, 15:27 h Atualizado em 27 de junho de 2022, 15:38
Jair Bolsonaro e Jeanine Áñez (Foto: Alan Santos/PR | Reuters/Marco Bello)
ARN - Jair Bolsonaro anunciou que oferecerá asilo político à ex-presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez, condenada em 10 de junho a dez anos de prisão.
Bolsonaro disse que Áñez é “uma mulher presa injustamente” e anunciou que vai buscá-la “para vir ao Brasil se o governo boliviano concordar”. "Estamos prontos para receber seu asilo, como daqueles outros dois que foram condenados a 10 anos de prisão", disse.
Áñez, acusada de terrorismo, sedição, conspiração e ações irregulares para assumir a Presidência em novembro de 2019, foi condenada a 10 anos pelo caso "Golpe II", juntamente com o ex-comandante das Forças Armadas, Williams Kaliman, e o ex-Comandante Geral da Polícia, Vladimir Calderón.
"Sei que Jeanine está presa, vi algumas imagens terríveis, uma mulher arrastada para a prisão, acusada de atos antidemocráticos", denunciou Bolsonaro em entrevista à televisão. Em outubro, assegurou que "o Brasil está colocando em prática questões de relações internacionais, de direitos humanos" e que o caso da Bolívia "lembra o que está acontecendo com o Supremo Tribunal Federal".
"Mesmo rótulo: atos antidemocráticos", acusou Bolsonaro, que foi incluído em uma investigação sobre "fake news", após pedido do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) diante de vários questionamentos sobre o atual sistema de votação.
Antecipando as eleições presidenciais de 2 de outubro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lidera as pesquisas com 46%, enquanto Bolsonaro permanece estagnado em 32%, segundo pesquisa do banco de investimentos BTG Pactual.
Nesse sentido, Bolsonaro disse que o ex-presidente Evo Morales e o atual presidente Luis Arce "são amigos de Lula" e acusou o candidato de esquerda de "absolutamente não falar sobre o caso".
Questionado sobre as últimas vitórias da esquerda na Colômbia e no Chile, Bolsonaro destacou que agirá "sempre com cautela". Ele esclareceu que seu governo "vai continuar fazendo negócios" com o novo governo de Gustavo Petro, bem como com Chile e Argentina.
O caso de Áñez
Durante a entrevista, Bolsonaro relembrou os acontecimentos após as eleições de 2019 na Bolívia. Ele acredita que Áñez assumiu a presidência interina porque está estabelecida "na escala hierárquica" daquele país. "Ela assumiu a vaga de Evo Morales, que fugiu para a Argentina", disse Bolsonaro .
"Quando voltamos a ter eleições na Bolívia, o grupo aliado de Evo Morales venceu e depois que o presidente assumiu, (Áñez) foi detida preventivamente e cumpriu um ano de prisão", disse ele durante a entrevista, lembrando das duas tentativas de suicídio. “Fiquei um tempo sozinho com ela, uma pessoa muito legal e uma mulher acima de tudo”, disse Bolsonaro.
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