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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Nome “Jesus” agora pertence à empresa de vestuário italiana



Fabricante de jeans quer deixar a marca conhecida no mundo todo


por Jarbas Aragão






Michael Julius Anton liderou muito tempo um ministério para solteiros em uma igreja evangélica em Virginia Beach, Virgínia. Quando decidiu criar sua própria marca de vestuário, o nome escolhido foi “Jesus Surfed” [Jesus surfou]. Ele conta que teve a ideia depois de organizar um retiro espiritual na praia com o tema “Andando sobre as águas”. Ele pensou que se Jesus viesse nos dias de hoje, ele seria um surfista. Após criar o site jesussurfed.com, começou a vender camisetas, moletons e bandanas decoradas com uma silhueta de Jesus segurando uma prancha de surf gigante.

Para sua surpresa, quando foi registrar a marca, descobriu que o uso do nome do filho de Deus para roupas já pertencia a outra pessoa. Um fabricante de calças jeans na Itália registrou o nome nos EUA em 2007. Não se trata de nenhuma imagem ou logotipo especial, apenas a palavra.

Anton disse que pensou em usar outros nomes como “Jesus First”, “Sweet Jesus” e “Jesus Costure”, mas desistiu quando recebeu uma carta da empresa “Jeans Jesus”, dizendo que podia processá-lo por perdas e danos.

Os advogados da empresa italiana dizem que estão apenas tentando proteger o valor de sua marca, como qualquer empresa faria. “Mas se alguma igreja, grande ou pequena, quer usar a palavra ‘Jesus’ em algumas camisetas, não nos importamos”, disse Domenico Sindico, o presidente do conselho de propriedade intelectual da BasicNet SpA, a empresa com sede em Turim, Itália, dona da Jesus Jeans e da marca esportiva Kappa.

A BasicNet tentou registrar a marca “Jesus” mundialmente em 1999, mas foram necessários oito anos para conseguir fazê-lo em alguns países. O nome Jesus está estampado em roupas esportivas, além de jaquetas, coletes, camisas, calças em jeans, além de cintos de couro.

O nome originalmente surgiu na década de 1970, quando Maurizio Vitale, um empresário italiano pensou em usar o nome durante uma viagem a Nova York. Enquanto caminhava ele passou por um teatro que na época apresentava a peça “Jesus Cristo Superstar”.

“Ele entendeu que o nome Jesus podia ser usado em um contexto não religioso, representando a vontade de se rebelar e a recusa em obedecer,” explica Sindico. A marca fez uma série de campanhas que foram criticadas pelo Vaticano. O anúncio mais famoso mostrava uma mulher com o nome Jesus em um minúsculo shorts jeans e a frase “Aquele que me ama, me segue”.

Quando Vitale morreu, em 1987, a marca sumiu. A BasicNet adquiriu a massa falida da Jeans Jesus na década de 1990 junto com outras marcas e decidiu relançá-la em 2011. Mas as tentativas da empresa para emplacar o nome “Jesus” foram rejeitadas em vários mercados como China, Suíça, Austrália, Noruega, Cuba, Turquia, Uzbequistão, Tadjiquistão, e Quirguistão.

Em 2003, o escritório de patentes da Grã-Bretanha rejeitou a tentativa de registro, alegando ser “moralmente ofensiva para o público”, mas a Jeans Jesus teve sucesso em registrar através da União Europeia como uma “marca comunitária”. Ou seja, válida em todos os países da União Europeia.

A Jesus Jeans diz que está planejando uma campanha de marketing internacional, tentando associar a marca a ideias de “solidariedade” e de “sociedade pacífica.” Mas antes, tenta eliminar todas as outras confecções que usam o nome.


Com informações The Blaze e WSJ, via GOSPEL PRIME

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