RIA Novosti
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A conclusão foi feita por cientistas americanos. Os peritos consideram que o prato mais perigoso é a batata frita.
Existe o homem moderno que não gosta de comida servida rapidamente? Por exemplo, antigamente na Rússia a refeição era um processo longo e prazeroso, mas agora entrou firmemente em uso o hábito de comer rapidamente. Os habitantes, sempre apressados, das megalópoles não dispõem frequentemente do tempo para fazer o café da manhã, o almoço ou o jantar de pleno valor. Então vêm em socorro os produtos que aparentemente permitem “poupar o tempo”, mas encurtam evidentemente a vida. Os médicos esclareceram que durante um só mês o fast food mata o fígado tanto quanto a hepatite ou icterícia. Acontece que nos restaurantes de fast food a batata, a carne de galinha e a cebola são assadas não somente com a gordura: no processo da sua preparação acrescenta-se uma grande quantidade não somente do sal, mas também de açúcar e é isso que cria o “símbolo” da firma – a crosta dourada que envolve estes produtos. Tudo isso, tomado em conjunto, proporciona uma quantidade enorme de chamadas “gorduras saturadas”, o que acarreta o desenvolvimento da distrofia do fígado.
Quem mereceu o título do “maior assassino” é a carne assada, chamada “shawarma”. Ela contém uma média de 120 gramas de gordura, enquanto que a norma de consumo diária não deve ultrapassar 70-80 gramas. Comer uma porção de shawarma é mesmo que tomar um copo de gordura culinária derretida. O chefe do serviço sanitário da Rússia Guennadi Onischenko – combatente principal contra o hábito de consumir o fast food rápido e nocivo na Rússia – exortou várias vezes os russos a consumir aquilo a que estamos habituados “ao nível da memória genética”, isto, é, a batata, o chucrute e a carne. É sabido que os produtores de fast food não cuidam de tornar os seus pratos mais úteis e sadios, pois isso vai encarecer o cardápio e tornar o processo culinário mais lento. Daí vem que a moda de alimentação impõe as suas regras, algumas das quais não são muito benéficas para a saúde. Todavia, o diabo não é tão feio, como o pintam, afirma Alexei Novikov, presidente da Associação Nacional de Organizações de Comida Rápida (pronto-a-comer).
"Não se pode deixar de negar que o fast food é alimento que pode prejudicar o organismo, quando consumido em regime permanente, isto é, o fast food se consome na refeição da manhã, no almoço e no jantar. Não recomendamos fazer isso todos os dias. Por que? Porque não se deve habituar o organismo ao mesmo alimento e contribuir, desta maneira, para o desenvolvimento de diversas doenças, que este tipo de alimento pode provocar. O fato de que o fast food pode fazer mal já foi confirmado um sem número de vezes. Mas se o fast food não é consumido sistematicamente, por exemplo, algumas vezes por mês, não haverá nenhum prejuízo especial para a saúde."
No entanto, está fora de dúvida que ele pode prejudicar a forma física! As agências de informação comunicam cada vez mais frequentemente que o crescimento do número de pessoas obesas tem adquirido o caráter de uma epidemia. Nesta esfera lideram os EUA: aí um em cada três adultos sofre hoje em dia de excesso do peso. Na Grã-Bretanha os gorduchos constituem 23% da população. Aliás, a Rússia também não cede muito neste plano – 18% dos seus habitantes são obesos. Os cientistas americanos levaram a cabo uma série de experiências interessantes a fim de compreender as causas deste fenômeno. As ratazanas de laboratório recebiam o alimento de alto valor calórico que corresponde à alimentação humana com salsichas, hambúrgueres e bifes. Em resultado disso no organismo dos animais houve alterações químicas: as porções anteriores de alimentos resultaram insuficientes para as ratazanas, elas acabaram de criar um hábito nocivo. Portanto, na opinião de cientistas a dependência em relação a drogas e a obesidade são engendradas pelos mesmos mecanismos. Além disso, todo o sistema de fast food funciona no ambiente de festa, jubilo e alegria. Precisamente por isso a pessoa que consome o fast food sente inicialmente uma euforia, a sua disposição melhora, mas algum tempo depois vem o desânimo, o abatimento, é possível, inclusive, a depressão. Para alterar a situação o organismo exige mais um hambúrguer. Desta maneira, a pessoa fica dentro do círculo fechado de dependência alimentar, afirma a médica-dietóloga Elena Solomatina.
"O fast food não pode ser qualificado de alimento natural, pois contém um sem número de suplementos alimentares, em particular, o gluconato de sódio. Certamente, este último proporciona um certo prazer quando consumido pois torna qualquer alimento, mesmo de gosto precário, muito atraente. É evidente que o nosso cérebro recebe mais prazer devido à excitação de terminações nervosas e gustativas. E quando uma pessoa se habitua ao efeito do gluconato, em particular, à sua influência sobre os seus receptores, todos os demais alimentos parecem-lhe insípidos. Ela sempre tem a vontade de comer mais e mais. Estas pessoas, especialmente as crianças, cujo sistema nervoso não é tão forte, podem tornar-se, afinal de contas, bastante hiperativas e de excitação fácil. De um modo geral, tudo isso pode exercer uma influência altamente negativa sobre a sua saúde."
William Pokhliobkin, clássico da literatura culinária nacional, afirma no seu livro “Minha cozinha e o meu cardápio” que os processos de simplificação dos esforços culinários têm como fundo dois fatores, que estão bem longe da culinária. “Em primeiro lugar vieram mudanças gerais que se deram no mundo, no comércio mundial e no abastecimento do nosso país com os alimentos importados. O segundo fator é subjetivo. Trata-se da alteração da mentalidade do homem moderno que faz esforços cada vez maiores para se livrar da culinária caseira”. Na opinião do autor, os russos começaram a copiar o modelo gastronômico dos EUA. Hoje muitos habitantes dos EUA possuem nas suas residências cozinhas bem equipadas, mas utilizam-nas de acordo com a sua função muito raramente, somente nos feriados. A alimentação cotidiana está exclusivamente a cargo de restaurantes fast food. Às vezes parece que é impossível escapar desta cadeia alimentar. Mas a dietóloga Elena Solomatina afirma que uma saída existe sempre.
"Sempre se pode comprar algum produto de leite coalhado, alguns nozes ou frutas secas. Compreendo que a escolha é muito pequena, mas estes alimentos também estão à venda e são chamados “refeições rápidas na base de cereais”. Quem gosta do alimento picante, pode pôr no iogurte natural um pouco de raiz forte ou de mostarda, pode pôr por cima um tomate, pepino, salada, repolho de Beijing, brócolis, estes últimos podem ser consumidos também em forma crua. De um modo geral, quando a gente pensa nisso e olha em redor e conclui que estamos cercados por um grande número de produtos gostosos e úteis, que sempre podem ser transformados em um prato gostoso."
Os funcionários da administração pública de São Petersburgo ingressaram há pouco na “vereda de guerra” contra os hambúrgueres e refrigerantes: nesta cidade foi proposto criar um imposto especial para o alimento nocivo. Nos países anglófanos o imposto deste tipo é chamado junk food e esta tática virou há muito tempo o mainstreamnos Estados com o nível de vida médio e alto. Por exemplo, nos EUA impostos mais alto sobre o fast food e refrigerantes já estão em vigor em vários estados. Em 2012 a França seguiu o exemplo americano. O imposto, como tal, não é muito grande – apenas um centavo do euro sobre cada lata de refrigerante. Todavia ele proporciona ao tesouro público 120 milhões de euros por ano. Quanto à Rússia, no futuro as medidas contra o alimento gorduroso podem ficar em pé de igualdade com a luta contra o alcoolismo e o hábito de fumar.
Fonte: VOZ DA RUSSIA
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