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sábado, 23 de fevereiro de 2013

Dinastia Romanov comemora 400 anos de existência







Mikhail Romanov 
© ru.wikipedia.org


Há 400 anos, a Assembleia Popular (Zemsky Sobor, em russo) elegeu por unanimidade o primeiro czar russo da dinastia Romanov, Mikhail Romanov. Esta decisão histórica, tomada em Moscou, foi apoiada por representantes de todas as camadas sociais de então e foi tornada pública em 21 de fevereiro, segundo o calendário juliano, ou a 6 de março, de acordo com o calendário gregoriano.

Importa notar que a Assembleia foi convocada só após a libertação de Moscou de invasores polacos que foram derrotados pelo exército popular, liderado por Kuzma Minin e Dmitri Pozharsky. A vitória dos russos pôs termo ao chamado Tempo de Dificuldades (1598–1613), quinze anos caóticos que puseram o país à beira do abismo.

No início de 1613, na Catedral de Assunção do Kremlin de Moscou, se reuniu um colégio de 800 eleitores, procedentes de 58 vilas e cidades russas. A questão sobre o futuro reinado foi debatida por representantes de boiardos, clero da Igreja Ortodoxa, cossacos, comerciantes, artesões e camponeses. A primeira deliberação excluiu logo a "possibilidade de eleição de um estrangeiro" e apontou a necessidade de eleger candidato de origem russa, reputa o membro-correspondente da Academia de Ciências, Andrei Sakharov.

"Havia vários candidatos, entre os quais os príncipes Fiodor Mstislavsky e Dmitri Trubetskoi. Figurou também o nome de Dmitri Pozharsky. No entanto, os eleitores acabaram por escolher Mikhail Romanov, de 16 anos, oriundo de um clã de boiardos famoso e respeitado, próximo da anterior dinastia Rurik. A nova direção com o czar à frente se manifestou disposta a unir o país, o que veio constituir a tônica do percurso histórico da família Romanov."

Convém notar que um papel decisivo na eleição do jovem Mikhail Romanov foi desempenhado por cossacos russos, que naquela altura constituíam uma influente força social. Antes de promulgação do veredicto final, pelo país viajavam enviados especiais, encarregados de fazer um inquérito sobre o candidato indicado. Todavia, hoje em dia, seria ingênuo associar os conceitos modernos de democracia e do parlamentarismo às antigas regras bem diferentes pelas quais se regia a sociedade da época medieval, considera o mestre de Teologia, Georgui Bejanidze.

"Este concílio era uma forma de exprimir as opiniões das várias regiões russas. De facto, não houve um escrutínio que elegesse o candidato pela maioria de votos. Todos foram unânimes em concordar que Mikhail Romanov era o único candidato digno do trono. Na realidade, o país precisava de um czar de fé cristã ortodoxa que se comprometesse perante Deus a salvaguardar as tradições e costumes antigas, capazes de reunir as pessoas de várias etnias e de confissões religiosas diversas. Por isso, muçulmanos e budistas prestaram serviço nos reinados posteriores da dinastia Romanov, incluindo no do último czar Nicolau II."

Mas antes da coroação terão decorrido uns meses repletos de eventos dramáticos. Basta recordar a visita de delegados populares à cidade de Kostroma onde, no Mosteiro Ipatiev, se encontrava o futuro monarca; a proeza do heróico camponês Ivan Sussanin que sacrificou a vida para salvá-lo, bem como a prolongada viagem-peregrinação de Mikhail Romanov por várias vilas e aldeias russas onde ele era recebido com muito entusiasmo.

Dizem que os czares não têm biografias pessoais por se associarem ao percurso histórico dos países onde governam. No reinado de Mikhail Romanov, foram descobertas novas regiões do sul, surgiu uma série de manufaturas industriais. Foram igualmente estabelecidas as relações diplomáticas com a Turquia e a Pérsia.


Fonte: VOZ DA RUSSIA

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