Pastor levava pacientes para
obras de sua construtora
Oito pessoas denunciaram o pastor Domiciano de Lana Barbosa, de Barra do Garças (MT), de explorar pacientes internados na Casa de Davi em obras de sua construtora, como pedreiros e serventes, em troca de pagamento irrisório.
A denúncia foi apresentada à Promotoria e à comissão de Direitos Humanos da seção da OAB da cidade. Dois dos denunciantes — Gilberto de Oliveira e Jean César Campos— são ex-diretores da unidade de tratamento de viciados em droga.
Barbosa é presidente do campus da Assembleia de Deus, Ministério Belém, em Barra do Garças. A cidade tem cerca de 56 mil habitantes e fica a 550 km de Cuiabá.
O pastor Sebastião Borges, atual diretor da casa terapêutica, negou as acusações com o argumento de que se trata de uma manobra dos ex-diretores para acabar com o serviço de recuperação de drogados.
Contudo, o próprio Barbosa já tinha admitido que usava pacientes como trabalhadores, mas para ajudá-los no tratamento. Ele registrou queixa na polícia sob a alegação de ter sido vítima de “falsa denúncia” de Oliveira e Campos, que não se conformam de terem sido afastados da Casa de Davi. Os ex-diretores afirmaram que foram demitidos porque não concordavam com a exploração de pacientes.
O ex-interno F.S., 21, confirmou a versão de que o pastor Barbosa é explorador de mão de obra. Ele afirmou ter sido levado para trabalhar nas obras de Barbosa ganhando apenas R$ 15. A diária de servente na cidade é no mínimo de R$ 50, segundo F.S
Gilberto de Oliveira disse que Barbosa também expõe os pacientes ao constrangimento ao apresentá-los na igreja, no altar, como “ex-noiados”, de modo a comover as pessoas a fazerem doações para a instituição.
Além disso, segundo ele, há o problema da péssima qualidade da alimentação dos pacientes, aos quais são servidos uma sopa de osso.
A Promotoria está avaliando das denúncias, e a OAB vai encaminhá-las às autoridades e acompanhar o caso.
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