Religioso também vai responder por estuprar jovem de 19 anos. Polícia diz que ele a forçava a fazer sexo oral desde os 13
Rio - O pai da jovem de 19 anos que filmou o padre Emílson Soares Corrêa, de 52 anos, fazendo sexo com um menina de 15 anos será indiciado por extorsão. A Polícia Civil investiga se ele teria cobrado bens ou dinheiro, para não levar o vídeo à imprensa.
"O indiciamento é baseado no depoimento de testemunhas apresentadas pelo padre e que estavam presentes na arquidiocese de Niterói quando o pai da jovem compareceu e afirmou que não apresentaria o vídeo à imprensa desde que ele recebesse uma casa e dinheiro", disse, nesta quarta-feira a delegada Marta Dominguez, em entrevista ao "RJ TV".
O pai da jovem e de uma menina de 7 anos, que também teria sofrido abuso sexual do sacerdote afirma que foram os advogados da arquidiocese que perguntaram a ele o que queria para não divulgar as imagens e que teria uma gravação desta conversa.
Padre acusado de estupro de vulnerável deixa a delegacia após depoimento nesta terça-feira | Foto: Paulo Araújo / Agência O Dia
Padre responderá por estuprar jovem
Também nesta quarta-feira, a delegada afirmou que o padre, que já foi indiciado por estupro de vulnerável, por abusar da menina de 7 anos, também vai responder por estupro, por forçar a jovem de 19 anos a fazer sexo oral nele, desde que ela tinha 13 anos.
"A polícia recebeu dados novos. A menina afirma que a partir dos 13 anos de idade, ele não apenas tocava nas suas partes íntimas, como também mandava ela fazer sexo oral nele. Isso alterou as investigações, fazendo com que haja também a responsabilidade dele por estupro" disse a delegada.
Segundo Marta Dominguez, o padre não será indiciado por exploração sexual, pois não ficou clara a configuração deste crime no depoimento das testemunhas.
A polícia ouviu também a mãe da adolescente de 15 anos que aparece em vídeo fazendo sexo com o padre. Segundo a titular a delegada, a mulher disse que não desconfiava do religioso, mesmo com a filha levando presentes para casa, porque o considerava como um membro da família.
Advogado admite que pároco fez sexo com jovem
O advogado Roberto Vitagliano confirmou nesta terça, que seu cliente, realmente caiu em tentação. O defensor comparou o religioso ao Rei Davi durante entrevista a jornalistas.
"Assim como o personagem bíblico Rei Davi, o padre é um ser humano passível de cometer atos reprováveis", afirmou Vitagliano, que completou: "A carne é fraca. O padre também é um ser humano. Ele manteve relações desde o ano passado".
O advogado, contudo, afirmou que o sacerdote manteve relações com a garota quando ela tinha 18 anos, e não 13 como denunciado pela família. Ele acusa o pai da jovem de ter feito a gravação para tentar extorqui-lo.
O padre continuará respondendo ao processo em liberdade, pois tem comparecido à delegacia em todas as ocasiões em que vem sendo chamado para prestar esclarecimentos.
Jovem acreditava que padre abandonaria a batina para se casar
O pai da jovem — hoje com 19 anos — contou que aos 13 anos ela foi batizada pelo pároco acusado. Ele afirmou que a menina frequentava a residência do religioso e ganhava chocolates, pizzas e doces em troca de carícias.
Quando fez 15 anos, ela teria começado a receber dinheiro, joias e presentes mais caros, e o ato sexual foi consumado, conforme conta o pai.
Segundo ele, a jovem acreditava que o padre abandonaria a batina para se casar com ela. Mas a decepção veio durante o passeio a um sítio: o padre teria assediado sua irmã mais nova, de apenas 7 anos, na ocasião.
A suposta farsa montada pelo padre só veio à tona em outubro do ano passado, quando a mãe da jovem. desconfiou dos presentes e da intimidade dela com o pároco e forçou a confissão da filha. Ela ainda teria voltado às orgias comandadas pelo padre e o teria filmado abusando de outra menor, de 15 anos para provar o crime.
Arquediocese de Niterói apura o caso
Vídeo mostra padre fazendo sexo com adolescente de 15 anos | Foto: Reprodução
A Arquidiocese de Niterói esclareceu, por meio de nota de sua assessoria de imprensa, que o setor jurídico da entidade apura a denúncia e já afastou do ministério o padre acusado. Segundo a nota, o sacerdote não responde por “nenhuma paróquia, já que foi completamente afastado de suas funções sacerdotais”.
Ainda segundo a Arquidiocese, o próprio padre levou o fato ao Ministério Público para investigação. A nota é assinada pelo advogado Pedro Paulo Dias.
“A Arquidiocese me recebeu com dois advogados que insinuaram que estávamos querendo dinheiro em troca do silêncio. Deixei claro que queria a prisão do padre, a excomunhão e o apoio psicológico para minhas filhas, mas nada consegui”, queixou-se o pai.
Fonte: O DIA (RJ)
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