Criado em uma família de devotos do Padre Cícero, o ator José Wilker (foto) não escondia sua descrença em Deus.
Em uma entrevista ao portal iG em 28 de abril de 2010, ele disse ser ateu primeiro porque não aceitava verdades prontas e, segundo, por causa da experiência que teve em escola católica.
“Durante meus anos de formação, me despertou a mais absoluta descrença em valores que eles [padres] transmitem, ao tentar vender ideias que, no exercício diário, eram opostas ao que pregavam”, disse. “As respostas que eu obtinha não eram satisfatórias às minhas perguntas.”
Ele revelou que tinha estudado em escola de padres pedófilos.
Aos 66 anos, José Wilker de Almeida morreu na manhã dia 5 de abril de 2014, no Rio, em consequência de um infarto. Ele nasceu em Juazeiro do Norte (CE), em 20 de agosto de 1947. Deixou duas filhas — Mariana, com a atriz Renée de Vielmond, e Isabel, com a atriz Mônica Torres.
Além de ator, foi diretor, narrador, apresentador e crítico de cinema. Começou sua carreira como locutor de rádio no Ceará. Aos 18 anos se mudou para o Rio. Em 1965 participou do seu primeiro filme, “A Falecida”.
Ele ficou famoso atuando em novelas da Rede Globo, onde estreou em 1971 com “Bandeira 2”. Fez grande sucesso com a novela "Roque Santeiro", interpretando o personagem-título. Participou ainda, entre outras novelas e minisséries, de “Senhora do Destino”, “Gabriela” e “Amor à Vida”.
No cinema, o seu maior sucesso foi com “Dona Flor e Seus Dois Maridos”, em 1976.
Naquela entrevista concedida ao iG, Wilker disse que não chegou a ser molestado pelos padres pedófilos, mas que alguns de seus colegas foram. Ele não quis revelar o nome da escola para preservar a identidade dessas pessoas.
“Presenciei, sim [casos de pedofilia]”, disse. “Era tudo meio escondido, mais eu via, e não entendia muito o que era aquilo.”
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