Material bélico foi proibido internacionalmente em convenção adotada por 116 países; nem Estados Unidos, nem Arábia Saudita são signatários do acordo
A coalizão árabe, liderada pela Arábia Saudita, teria utilizado bombas de fragmentação, fornecidas pelos Estados Unidos, em bombardeios aéreos contra posições de combatentes houthis no Iêmen. A denúncia foi feita pela organização internacional de direitos humanos HRW (Human Rights Watch) neste domingo (03/05). O uso de tais bombas é proibido por tratados internacionais. Até o momento não se sabe se as bombas fizeram vítimas.
No comunicado distribuído hoje, a HRW diz que as bombas de fragmentação são um "perigo a longo prazo para os civis" e estão proibidas pela convenção adotada em 2008 por 116 países, entre os quais não figuram nem Arábia Saudita e nem EUA.
Agência Efe
Fumaça no bairro de Sanaía, onde moradores queimam lixo após a interrupção da coleta
De acordo com o texto, os Estados Unidos, fornecedores do material, bem como os integrantes da coalizão zombam do “padrão global que rejeita as bombas por sua ameaça a longo prazo para a população civil”.
A organização fez a denúncia com base em vídeos e fotografias tiradas na província setentrional de Saada, reduto dos houthis, e também na fronteira com a Arábia Saudita.
"Os bombardeios liderados pela Arábia Saudita com bombas de fragmentação ocorreram em zonas próximas a povos, pondo em perigo a população local", lamenta Steve Goose, o encarregado da HRW na questão armamentista.
As bombas de fragmentação contêm dezenas ou centenas de munição, que estão desenhadas para explodir após se espalhar em região ampla, colocando em situação de perigo qualquer pessoa que esteja na área. Além disso, as que não explodem, se transformam em minas.
Ofensiva
A coalizão árabe iniciou seus bombardeios contra os houthis em 26 de março, e embora recentemente tenha dado por finalizada essa fase da operação, segue efetuando ataques aéreos.
Agência Efe
Moradores inspecionam casas destruídas após bombardeios da coalizão árabe em Sana
Também neste domingo (03/05), foi divulgada a informação de que soldados da coalizão desembarcaram na cidade de Áden, no sul do Iêmen, como informou a agência de notícias Efe, com base em informações de um responsável pelas forças sulinas leais ao presidente Abdo Rabbo Mansour Hadi.
A informação, no entanto, foi negada posteriormente pelo porta-voz da coalizão árabe, Ahmed al Asiri. Segundo ele, é a milícia "Resistência Popular" -integrada por combatentes tribais leais ao presidente iemenita, Abdo Rabbo Mansour Hadi- que combate em Áden contra os rebeldes houthis.
Fonte: http://operamundi.uol.com.br/
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