Um grupo de investigadores britânicos e russos, de várias universidades, prevê a possibilidade de, a partir de 2030 e durante cerca de 30 anos, as temperaturas baixarem drasticamente em toda a Europa
De acordo com um modelo matemático da atividade magnética do sol, as temperaturas globais vão começar a baixar a partir de 2021, o que poderá levar o planeta a experimentar condições climatérias semelhantes às vividas no século XVII, num período especialmente frio que ficou conhecido como a "pequena idade do gelo" a partir de 2030 e durante cerca de 30 anos.
O alerta foi lançado por uma equipa de investigadores liderados por Valentina Zharkova, professora de matemática na Universidade de Northumbria, no Reino Unido, com base em investigações anteriores.
A futura diminuição da temperatura está associada a um fenómeno solar comparável ao "mínimo de Maunder", um período em que o Sol esteve especialmente inativo, com menos manchas solares do que era comum. Essa inatividade coincidiu com uma agravada baixa de temperaturas que apanhou a Europa e a América do Norte de surpresa. Este período durou cerca de 50 anos e ficou conhecido como a "pequena idade do gelo" - ou "little ice age" como é denominado em inglês.
Durante estas décadas, os invernos foram mais frios do que era comum. Um dos eventos que marcou este período na história foi o congelamento do rio Tamisa, em Londres - a tal ponto que, durante o inverno, os habitantes podiam caminhar sobre a camada de gelo da sua superfície.
Zharkhova estima, portanto, que um fenómeno idêntico se venha a repetir a partir de 2030 e durante cerca de 30 anos - ou três ciclos solares.
"Durante o mínimo, a intensidade da radiação solar vai ser drasticamente reduzida. Portanto, vamos ter menos calor a entrar na atmosfera, o que reduzirá a temperatura", explica.
No entanto, diz a investigadora, não é caso de alarme para a humanidade. "Vai estar frio, mas não vai ser uma idade do gelo em que tudo vai congelar, como nos filmes de Hollywood", relata à IFL Science.
As previsões da investigadora resultaram de um modelo matemático que analisa a atividade solar. Depois de analisarem o campo magnético do sol, os cientistas repararam que o sol produz ondas magnéticas aos pares e não individuais, como até então se pensava. Com base nestes novos dados, a equipa tentou perceber que alterações no campo magnético solar poderiam ocorrer no futuro. "Foi aqui que previmos este novo mínimo de Maunder", informa Zharkhova.
A investigadora tem esperança de que, se a "mini idade do gelo" for confirmada, "o aquecimento global seja sobreposto por este efeito, dando à humanidade e à Terra 30 anos para solucionar a poluição", até que as duas ondas magnéticas regressem à atividade normal, diz à Sky News.
"Temos de estar resolvidos até essa altura, e preparar tudo na Terra para a próxima grande atividade solar", remata.
Fonte: VISÃO PT
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