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quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Evangélicas consomem e comercializam produtos eróticos


Vendedoras do ramo dizem que as mulheres cristãs preferem produtos "mais leves"

por Leiliane Roberta Lopes


 

Depois do boom de sex shops voltados para o público cristão, agora é possível encontrar vendedoras evangélicas que vendem de porta em porta para suas colegas de igreja ou amigas de outras denominações.

A reportagem do jornal Folha de São Paulo conheceu a vendedora Mônica Alves, 45, que frequenta a Igreja Renascer. Seu trabalho é vender produtos eróticos e faz a propaganda de sua empresa com uma camiseta com os dizeres “realize seus sonhos. Pergunte-me como”.

Uma das principais clientes de Mônica, que no trabalho se apresenta como Munik, é a manicure Frances do Nascimento, 45 anos, que frequenta a Igreja Mundial do Poder de Deus. “Não é porque a gente vai pra igreja todo dia que precisa ser santa”, diz ela que está separada de seu segundo marido.

A cliente gosta de um minivibrador em formato de batom chamado “Boca Loca” mas não consome apenas isto. “Ela gasta bem”, diz Mônica.

A preferência de Frances por um aparelho vibrador que não tenha o formato de um pênis é explicada pela estudante de psicologia Estela Fuentes, 26 anos, que também é vendedora de produtos eróticos: “Próteses parecidas com membros reais chocam. Eles logo associam com promiscuidade”.

Essa é apenas algumas diferenças entre o público evangélico que consome esses produtos e os demais. A representante de vendas Tarciana Valente, 29 anos, diz que a mulheres cristãs preferem produtos mais “leves” como gel lubrificante e óleos perfumados.

Estela lembra que seu maior desafio ao atender uma mulher evangélica é “mostrar que prazer não é pecado”. “Todo mundo precisa ter orgasmos na vida”, diz a jovem vendedora.

Para mostrar o aumento do interesse por esses produtos entre os clientes religiosos, a reportagem falou com os sócios da loja Doce Sensualidade localizada na Vila Mariana em São Paulo. Thaís Plaza, 33 anos, diz que um a cada quatro clientes de sua empresa são mulheres evangélicas e que uma até se esconde para não ser vista entrando na loja.

“Ela se esconde atrás daquela árvore e me liga. Quando abro a porta, a mulher entra correndo, suspira e pede para fechar”, conta a comerciante delatando que essa cliente é fiel da igreja Congregação Cristã do Brasil, uma das mais conservadoras entre as igrejas pentecostais.

Thaís também destaca que o público religioso não gosta de entrar em lojas com fotos de pessoas nuas ou próteses de órgãos genitais a mostra. Sua loja ganha destaque com essas clientes por ter imagens florais e produtos com formatos diferenciados como embalagens de esmalte, bichos de pelúcia e cremes que ficam nas prateleiras substituindo algemas ou acessórios de couro.
Sexo para ler

A reportagem da Folha de São Paulo destaca algumas publicações voltadas para o público evangélico que tratam estritamente sobre sexo para casais. Um dos livros citados é o lançamento do americano Doulas Rosenau, “Celebração do Sexo”, um livro que tenta mostrar ao leitor que o prazer sexual é uma presente de Deus para o casamento.

Outro livro citado é do pastor Cláudio Duarte, “Sexualidade Sem Censura” onde ele comenta sobre como deve ser um relacionamento sexual entre marido e mulher. O pastor Cláudio Duarte tem sido referência quando o assunto é sexualidade cristã, vídeos com ministrações relacionadas a esse tema fazem grande sucesso na internet e tem colocado o pastor em destaque na imprensa secular.

Fonte: GOSPEL PRIME

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