Pouco antes do meio-dia deste sábado (21), ocorreu o ataque um grupo terrorista dentro de um shopping center de Nairóbi, capital do Quênia.
por Jarbas Aragão
Segundo a Cruz Vermelha local, 39 pessoas morreram, entre elas várias crianças. Há cerca de 150 feridos que foram levado aos hospitais da cidade. Testemunhas relatam que homens com os rostos cobertos e usando coletes à prova de bala empunhavam rifles AK-47, além de granadas.
Relatos de sobreviventes dizem que eles jogaram uma granada e todos começaram a correr. Muitos se jogaram ao chão. No início, gritavam para os muçulmanos saírem dali, pois não eram os alvos. Depois de alguns minutos, começaram a atirar. O shopping Westgate é conhecido por ser frequentado por quenianos de classe alta e estrangeiros.
O prédio estava cheio durante o atentado. Foi pelo Twitter, que a Al Shabab explicou que seus militantes escoltaram os muçulmanos para fora do prédio antes de começar o massacre. O Departamento de Estado dos EUA anunciou que “vários americanos” foram feridos.
A BBC informa que algumas pessoas ficaram até 40 minutos escondidas em lojas e nos banheiros até conseguirem escapar. Agências de notícias afirmam que ainda há reféns em poder do grupo. O chefe de polícia Benson Kibue explica que pelo menos 10 soldados de turbante negro foram responsáveis pelas mortes. Apenas um foi morto.
Unidades do Exército chegaram ao local para auxiliar a polícia. O governo não tem fornecido muitas informações, apenas divulgou que a situação está sob controle e a segurança foi reforçada em outros shoppings da cidade. Estranhamente, o governo queniano e muitas agências internacionais evitam falar sobre a questão religiosa determinante para o atentado. O Quênia tem 82% da população de cristãos e apenas 11% de muçulmanos.
Horas depois, quem assumiu a autoria do atentado foi o grupo extremista somali al-Shabab, baseados na vizinha Somália, onde 99% dos habitantes são muçulmanos. Desde 2011, eles tem feito ataques em protesto ao envio de tropas quenianas para seu país. Os alvos incluíam igrejas, bares, shoppings e instalações militares.
Este ano, outros ataques com mortes ocorreram em diferentes cidades do país, mas os terroristas não se identificaram. No mês passado, 18 das 19 embaixadas e consulados dos Estados Unidos em todo o Oriente Médio e África foram fechadas após a interceptação de mensagens da Al-Qaeda sobre os planos para um grande ataque terrorista este mês. Reconhecidamente, a al-Shabab é um grupo extremista muçulmano ligado ao braço da Al-Qaeda na África.
Com informações de BBC, Telegraph, Daily Mail e Guardian, VIA GOSPEL PRIME
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ATUALIZAÇÃO:
Hague diz que "sem dúvida" há britânicos afetados por ataque em Nairóbi
O ministro de Relações Exteriores britânico, William Hague, afirmou que "sem dúvida" há cidadãos britânicos afetados pelo ataque a um shopping de Nairóbi, apesar de não ter dito se algum foi morto ou ferido.
Em declarações publicadas neste domingo pela BBC, Hague avaliou como "impiedoso, covarde e brutal" o ataque cometido no sábado no centro comercial Westgate, que causou, pelo menos, 59 mortos e 175 feridos.
"Sem dúvida há cidadãos britânicos afetados e deveríamos estar preparados e estar conscientes disso", disse Hague, acrescentando que, por enquanto, não há "novos detalhes suficientemente precisos" a respeito e alertou que se trata de "uma situação que muda com rapidez".
O Foreign Office enviou uma equipe de pessoal consular ao Quênia, que já está prestando assistência aos afetados e visitando hospitais. Hague disse que o grupo somali Al Shabab assumiu a responsabilidade pelo ataque embora, segundo o político, "isso não signifique que se saiba com certeza quem o cometeu ou o está cometendo".
"Acho que o que sabemos com segurança e o que podemos dizer no Reino Unido com segurança é que todo nosso trabalho e o trabalho do Quênia e de outros países vizinhos da Somália para trazer estabilidade à Somália, para derrotar o terrorismo lá, continuará", declarou o político.
Hague ressaltou que "ações deste tipo nunca impedirão" esse trabalho para conseguir a estabilidade na Somália.
"Tristemente, morreram números significativos de pessoas, portanto nossos pensamentos estão com as pessoas neste momento terrível", disse.
Um porta-voz de Downing Street - residência e escritório oficial do primeiro-ministro do Reino Unido - confirmou que David Cameron falou com o presidente queniano, Uhuru Kenyatta, para transmitir suas condolências e oferecer ajuda.
Esse porta-voz oficial acrescentou que Kenyatta explicou ao premiê britânico "que as forças de segurança do Quênia estão devolvendo o controle à situação".
EFE - Agencia EFE, VIA TERRA
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