Presidente iraniano abençoa judeus pelo Rosh Hashanah no Twitter
Ano Novo judaico é comemorado nesta quarta-feira
Mensagem foi postada com a foto de homem vestindo um solidéu e a cabeça inclinada em oração
O GLOBO (EMAIL)
COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
Publicado:4/09/13 - 18h24
Atualizado:4/09/13 - 21h14
Imagem postada pelo presidente iraniano no Twitter
TEERÃ — O presidente iraniano recém-eleito, Hassan Rouhani, surpreendeu a todos no Twitter nesta quarta-feira ao desejar aos judeus um Rosh Hashanah abençoado - o Ano Novo judaico. “Como o sol está prestes a cair aqui em Teerã, desejo a todos os judeus, especialmente os judeus iranianos, um abençoado Rosh Hashanah”, disse a mensagem no Twitter, junto à uma foto de um homem vestindo um solidéu - pequeno chapéu usado pelos judeus - e a cabeça inclinada em oração.
O gesto é bem distante da postura do ex-presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, que inflamou a comunidade judaica no mundo ao dizer que o Holocausto era uma mentira e defender que Israel fosse varrido do mapa.
- Nem sob a monarquia (antes da Revolução Islâmica de 1979) temos lembrança de algo do tipo - disse a diretora do programa de Oriente Médio do centro americano Woodrow Wilson, a iraniana Haleh Esfandiari, ao site “al-Monitor”.
A região na qual hoje se localiza o Irã abriga seguidores do judaísmo há mais de dois mil anos. Estimativas recentes do número de judeus no país variam: segundo o governo, há pouco mais de 8 mil, mas a comunidade local calcula seu tamanho em pelo menos 25 mil pessoas. A maioria esmagadora dos iranianos, 99,4%, é muçulmana.
Rouhani é visto como um moderado, e especialistas veem na troca de negociadores do programa nuclear iraniano, por exemplo, tentativas de facilitar um diálogo com o Ocidente. Na questão síria, por outro lado, ele se mostrou contra o uso de armas químicas, mas não abriu mão da aliança com o regime de Bashar al-Assad.
A expectativa agora é pelo discurso de Rouhani na Assembleia Geral da ONU, no fim do mês. Ahmadinejad costumava aproveitar o púlpito das Nações Unidas para atacar Israel e potências ocidentais.
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