A decisão foi dada ontem e, desde então, o pároco Paulo Back pode cumprir o resto da pena em casa
Frei Paulo Back está em prisão domiciliarFoto: Maurício Vieira / Agencia RBS
Sâmia Frantz
Condenado a 20 anos de prisão em regime fechado, o frei Paulo Back, 70 anos, não está mais nas dependências do Presídio Santa Augusta, em Criciúma. Ele deixou o local na tarde de quarta-feira e, desde então, passou a cumprir o resto da pena em casa, em Forquilhinha, também no Sul do Estado.
O religioso estava recluso há um ano e cinco meses por abuso de dois menores de 14 anos.
A decisão que autorizou a prisão domiciliar é do juiz Rubens Sérgio Salfer, da Vara de Execuções Penais de Criciúma, e foi publicada na quarta-feira, horas antes do pároco deixar a prisão.
Segundo um dos advogados do réu, Marcelo Vieira Mello, essa era uma condição a que o frei tinha direito por lei: pelo fato de ser pároco e ter formação superior, ele deveria cumprir a pena em prisão especial. Porém, como ela não é oferecida em Santa Catarina, a alternativa foi liberá-lo para prisão domiciliar.
- Essa decisão não muda em nada a situação dele. Ele continua preso igual - explica o advogado.
Por ser religioso e não ter residência própria, Paulo Back foi encaminhado para a casa da cunhada, no Centro de Forquilhinha, onde irá permanecer confinado. Ele não pode manter contato com fiéis, nem celebrar atos religiosos na Igreja do Sagrado Coração de Jesus, onde atuava como pároco antes de ser preso. Também não poderá deixar a cidade e será monitorado por policiais pelo menos uma vez por semana.
Caso saia de casa ou desapareça, passa a ser considerado um foragido.
O frei foi preso na tarde de 6 de julho de 2012, mesmo dia em que completava 44 anos de atividades religiosas. Ao longo do processo foram ouvidas mais de 30 pessoas, entre vítimas, testemunhas e o próprio acusado. De acordo com a denúncia do Ministério Público, feita em 19 de julho, o frei cometia abusos contra alunos que frequentavam a catequese, a maioria na faixa etária de 11 a 13 anos. Os casos ocorriam dentro da igreja.
Em dezembro do ano passado, ele acabou condenado por dois casos, que seriam cometidos no ato da confissão religiosa que antecedia a primeira comunhão dos jovens.
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