Prefeitura mostra força e derruba três emendas que previam alteração no projeto enviado pelo Ipuf à Câmara de Vereadores
Público protesta durante sessão que vota o Plano Diretor de FlorianópolisFoto: Charles Guerra / Agência RBS
Felipe Pereira
Com a decisão desta terça-feira na Câmara de Vereadores, os planos de construir um hotel de grande porte ou instalar um parque público na área da Ponta do Coral foram sepultados. Em uma sessão tumultuada, um dos principais pontos proposto pelo Executivo para o Plano Diretor, e o mais polêmico, ganhou prioridade. Para esta quarta-feira ficaram cerca de 360 emendas previstas para ser votadas a partir das 14h em uma nova sessão. Nesta terça-feira, 139 propostas foram rejeitadas, todas conforme a orientação do Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (Ipuf).
Pouco depois das 23h20min, quatro horas após o início da votação, os vereadores rejeitaram em primeiro turno três emendas referentes a uma das áreas mais disputadas de Florianópolis. Agora outra votação vai ocorrer depois de intervalo de 30 dias e o texto segue para sanção do prefeito Cesar Souza Junior. A tendência é manter as regras aprovadas nesta terça-feira que permitem a ocupação de até 50% da área da Ponta do Coral com construções de até seis andares destinadas ao lazer. Ou seja, o local pode receber um centro de convenções, uma marina e um pequeno hotel, por exemplo.
Entre as emendas rejeitadas, estava a proposta que permitia a construção de um hotel de até 16 andares, o que atendia em parte o projeto da Hantei Engenharia. A construtora planejava levantar no local um complexo turístico de lazer de 18 andares, um investimento de R$ 350 milhões. A proposta recebeu 21 votos contrários.
Outra sugestão recusada foi transformar a área em um parque — Área Verde de Lazer (AVR). Quando foi derrubada por 12 votos a 10, os vereadores foram vaiados pelo público, formado em parte por pessoas que não queriam a exploração do local. A última emenda pretendia transformar 50% do espaço em área residencial, permitindo prédios de até seis andares.
A sessão desta terça-feira foi recheada de discussões. Vereadores da base divergiram da orientação do líder do governo, Dalmo Meneses (PP), em derrubar as 139 emendas. Deglaber Goulart (PMDB) liderou esse grupo, mas acabou votando a favor do Executivo ao perceber que seria vencido.
Outro momento de tensão aconteceu pouco antes das 22h. Antes mesmo de o vereador Celso Sandrini (PMDB), 1º secretário da mesa diretora da Câmara, iniciar o seu discurso na sessão, uma manifestante começou a xingá-lo na galeria do plenário. O vereador terminou o pronunciamento e foi até a galeria discutir diretamente com a manifestante. Logo foi cercado pelo público e começou um bate-boca. Foi preciso intervenção da Guarda-Municipal exaltando ainda mais os ânimos.
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