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sexta-feira, 4 de abril de 2014

Empresa rouba água da Palestina para assentamentos israelenses, denuncia a ativista Maren Mantovani


Leonardo Wexell Severo

Conforme Maren, “enquanto em Israel o consumo médio de água potável está muito acima dos países europeus, a estatal israelense Mekorot obriga parte dos palestinos a consumirem muito menos da metade da quantidade indicada pela Organização Mundial da Saúde” / Foto: Leonardo Wexell Severo

“Ao roubar a água necessária à sobrevivência do povo palestino, a empresa estatal israelense Mekorot atua desde o início da conformação do Estado sionista como instrumento da política de apartheid, de segregação e colonização”, denuncia a ativista Maren Mantovani, coordenadora de Relações Internacionais da Campanha Palestina Contra o Muro.

Conforme Maren, “enquanto em Israel o consumo médio de água potável está muito acima dos países europeus, a Mekorot obriga parte dos palestinos a consumirem muito menos da metade da quantidade indicada pela Organização Mundial da Saúde (OMS)”. Este é o caso da população que vive ao sul de Hebron – cidade palestina de mais de três mil anos – e do vale do rio Jordão. No total, Israel concentra 80% de toda a água dos territórios ocupados.

Comprometendo a água potável e o saneamento básico, assinalou, a empresa israelense agrava os problemas de saúde e desenvolvimento na Palestina e se transforma em “arma para a limpeza étnica”. “Não há como subsistir sem a água para o dia a dia, para a agricultura, para as ovelhas, o que obriga o povo palestino a abandonar suas terras, favorecendo os assentamentos dos colonos israelenses. É uma política deliberada em prol da colonização sionista, um saque ilegal que viola e agride toda a legislação internacional”, acrescentou. Citando a 4ª Convenção de Genebra, que proíbe o saque de patrimônios naturais em territórios ocupados, a ativista lembra que, mesmo o secretário geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, denunciou a Mekorot por suas violações aos direitos humanos.

Recentemente, alertou Maren, a empresa israelense de água tem se aproveitado das políticas de “privatização, concessão e de parcerias público-privadas” para vender uma imagem falsa, com base numa intensa propaganda, de que “sabe como fazer florescer o deserto, enquanto na verdade a sua capacidade comprovada é a de desertificar a Palestina”. “A tecnologia que vende é muito custosa e pode ajudar somente os grandes latifundiários, sem resolver o problema das comunidades que realmente necessitam”, frisou.

Assentamentos ilegais 

A ativista comemorou duas vitórias obtidas recentemente. A primeira, no final de 2013, na Holanda, quando a empresa pública Vitens rompeu o memorando assinado com a empresa israelense, “afirmando claramente que qualquer cooperação com a Mekorot beneficiaria os assentamentos ilegais”.

“A segunda vitória foi na Argentina, em La Plata, quando depois de três anos conseguimos suspender a construção de uma obra de US$ 170 milhões. A campanha foi baseada não somente na denúncia de que a empresa financia o apartheid de Israel na Palestina, mas de que a implantação da empresa significaria a transferência de tecnologia da segregação com a parceria público-privada”, disse. A Central de Trabalhadores da Argentina (CTA) e a Federação das Entidades Argentino-Palestinas foi um aliado decisivo nesta ação, informou a ativista, ressaltando que a entidade elaborou um relatório técnico com mais de mil páginas sobre o que representaria a “parceria” com a Mekorot em termos de violação dos direitos humanos, com preços extorsivos que inviabilizariam seu consumo por parcela expressiva da sociedade.



Mauren destaca a importância neste momento de fortalecer a campanha, que alcançou nesta semana 12 países, por meio de uma ação mais integrada dos movimentos sindical e social no combate à Mekorot. “No Brasil, a empresa israelense tem um escritório regional em São Paulo, onde firmou contrato com o governador Alckmin, envolvendo a Sabesp, e está expandindo seus interesses também na Bahia, Ceará e Distrito Federal. Nossa mobilização, que cresce, é pelo rompimento destes contratos”, concluiu.

Fonte: http://www.sul21.com.br/

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