Segue matéria que publiquei neste blog, em 01 de agosto de 2010
O cavalo na Ilha de SC
- A obra de OSWALDO RODRIGUES CABRAL intitulada As defesas da Ilha de Santa Catarina (CFC e Dep. de Imp. Nac./1972, p. 79) refere-se à Cavalaria Auxiliar da Ilha de Santa Catarina, com foto de um cavalariano que remonta à época em que funcionavam os fortes do Anhato-mirim, de Santa Cruz da Ponta Grossa e de Santo Antonio do Ratones.
- (...) Diziam querer envelhecer e morrer, serenos e cheios de paz, em um sítio como aquele, com uma rede de pesca, uma roça, um cavalo de montaria, uma junta de bois e um carro, numa casinha branca, com o engenho de farinha ao lado, entre pomares, ouvindo os sabiás cantar nas laranjeiras em flor. (...) - VIRGÍLIO VÁRZEA - A canção das gaivotas - Edit. Lunardelli/Fpolis-SC/1985, p. 87.
- Em 1999, L&PM Editores S.A lançou a obra Cabeza de Vaca/Naufrágios & Comentários e, naquele livro, encontram-se fartas referências à passagem do personagem espanhol CABEZA DE VACA pela Ilha de Santa Catarina, acompanhado de 26 cavalos, o qual, quando partiu para Assunção, levou consigo o mesmo número de eqüinos. CABEZA DE VACA acampou nas praias da Baía Norte, que intitulou Baía de Ramos (ob. cit., p. 314, nota nº 5).
- (...) Homens a cavalo, vindos de longe, das Aranhas, do Inglês e das Capivaras, passavam por elas, dando-lhes “boas tardes”, trotando (...) - VIRGÍLIO VÁRZEA - A canção das gaivotas - Edit. Lunardelli/Fpolis-SC/1985, p. 86.
- Mapa de Sebastião Caboto (ou Gaboto), datado de 1527, reproduzido na obra de Nereu do Vale Pereira – Santa Catarina/A Ilha/500 anos/Origem de sua denominação e outros feitos – Fundação Cultural Açorianista/Fpolis-SC/2004, p. 63, mostra um cavalo, como que a afirmar que os eqüídeos já eram conhecidos em nossa região naquela época.
- Na revista Resenha Eclesiástica (Órgão oficial da Diocese de Florianópolis), ano II, nº 12 (1902), p. 193, lê-se, entre Apontamentos históricos sobre a Diocese de Florianópolis, um relato sobre uma visita do espanhol ALVAR NUÑES CABEÇA DE VACA, em 1.540, à nossa Ilha, nos seguintes termos: (...) Apenas o governador chegou com sua esquadra à Ilha de Santa Catarina, mandou a gente desembarcar, assim como os vinte e seis cavalos que tinham sobrevivido de quarenta e seis embarcados na Hespanha (...) A mesma Resenha, continuando a história do Diocese, agora no seu nº 1, do ano III (03/1913), às ps. 13, revela a saída de tais animais da Ilha.
Não há notícias se por aqui deixaram alguma cria. É pouco provável, pois, à época, não se apreciava muito montar em éguas e os animais trazidos certamente não eram destinados a tirar cria, sendo mais plausível que se tratassem de castrados, uma vez conhecidos os problemas representados pelo transporte de inteiros e éguas, mormente em navios, em demoradas viagens como as de então.
- (...) O uniforme da milícia da ilha, tanto para a infantaria, como para a cavalaria, é azul-claro; são homens vigorosos e de boa compleição, e os cavalos são ainda melhores que os do Rio Grande. Isso se deve ao fato de que eles comem milho, o que não acontece em Rio Grande, exceto com os cavalos que são domados e acostumados a esse tipo de alimento. Mas a maior parte deles, que são vistos em todo lugar, são animais de pouco garbo. Os índios, que são muito hábeis em apanhá-los, cavalgam de maneira muito singular: suas selas são ásperas e os encilhamentos de couro; os freios são muito semelhantes aos usados pelos Mouros, Turcos e Tártaros, circunstância que muito me impressionou, já que não existe nenhuma relação entre esses países e os indígenas. Os estribos, no entanto, são completamente diferentes e verdadeiramente únicos em sua concepção: consistem de um pedaço de madeira de forma semi-circular, com cerca de uma polegada de diâmetro, com um orifício em cada extremidade para receber tiras de couro. O índio põe seu dedo grande nessa peça de madeira curva, que é exatamente da medida para isso, não tocando o estribo com nenhuma outra parte do seu pé. De fato, eles cavalgam (contrariamente ao que acontece com os Mouros e os outros) com os couros dos estribos muito longos, de forma a exigir que a perna esteja totalmente distendida para que eles possam firmar seus dedos grandes nos orifícios (...) - Reportagem do viajante inglês JAMES GEORGE SEMPLE LISLE, datado de 1799, que por aqui passou, transcrito na obra Ilha de Santa Catarina/Relatos de viajantes estrangeiros - Editora Lunardelli e Editora da UFSC/1990, p. 125.
- Para exercícios de equitação dos oficiais, dos elementos do pelotão de cavalaria e dos alunos do curso de sargentos foi construído, no fundo do quartel, um picadeiro de 40 x 15 metros. Deu-lhe o comandante acertadamente o nome de Bartolomeu Costa, modesto e bravo soldado morto em combate por ocasião do movimento revolucionário ee 32 – Excertos do Relatório do Interventor Federal Nereu Ramos, enviado ao presidente da República, datado de 1938, p. 106. O quartel a que se refere, certamente, é o da Polícia Militar de SC (na Praça Pereira Oliveira – frente – e Rua Pres. Nereu Ramos – fundos) e tal picadeiro foi utilizado nos primeiros movimentos (treinamentos e competições) de hipismo clássico aqui na Ilha.
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