Pesquisa do Idec mostra que, entre 2019 e 2020, primeiro ano do governo Jair Bolsonaro, bancos públicos lideraram aumentos
Foto: Free Images
A pesquisa anual de tarifas bancárias feita pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) mostra que entre 2019 e 2020, mais uma vez, os bancos aumentaram esses valores acima da inflação. O reajuste médio aplicado nos pacotes de serviços foi de 6%, e nas tarifas avulsas, de 5,1% – três vezes a inflação oficial acumulada no período, de 1,88%, medida pelo IPCA (Índice de Preços Amplo ao Consumidor) entre junho/2019 e maio/2020).
O estudo é realizado desde 2009 e o instituto constata aumentos acima da inflação a cada ano. O Idec destaca que, só no primeiro trimestre de 2020, os bancos acumularam receita de R$ 34,4 bilhões com tarifas, conforme estudo divulgado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT (Contraf-CUT) .
“A cada novo estudo de comparação realizado pelo Idec, identificamos uma prática de reajustes abusivos no preço das tarifas avulsas e principalmente dos pacotes de tarifas dos principais bancos. Os ganhos em escala obtida com a tecnologia na prestação de serviços não são repassados aos consumidores e as tarifas só aumentam”, disse a economista e coordenadora do Programa de Serviços Financeiros do Idec, Ione Amorim, responsável pela pesquisa.
O instituto destacou um dado que chamou a atenção na última pesquisa: no primeiro ano do governo Jair Bolsonaro, dois bancos públicos federais reajustam o preço da transferência entre contas da mesma instituição presencial em até 393% (Caixa – de R$ 1,40 para R$ 6,90) e 342% (Banco do Brasil – de R$ 1,95 para R$ 6,85).
Juntos, os seis maiores bancos (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú, Santander e Safra) oferecem 75 pacotes de serviços incluindo os pacotes padronizados pelo Banco Central. Em 53% dos pacotes, o Idec identificou os reajustes com variação de 2% (Bradesco) a 90% (Caixa). Somente o Santander e Safra não reajustaram os pacotes.
Entre as 45 tarifas avulsas, os reajustes praticados pelos bancos (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa e Itaú) atingiram mais de 50% dos serviços, com variações de 1% (Itaú e Bradesco) e 393% (Caixa); o Santander e o Safra corrigiram o preço de 4 tarifas cada um.
O Idec destaca que os consumidores devem ficar atentos às cobranças de tarifas nos extratos com descontos de pacotes e tarifas avulsas. As cobranças são automáticas na conta, o que dificulta o controle por parte dos clientes.
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