Em depoimento ao Ministério Público, o senador Flávio Bolsonaro contou que pegou o dinheiro emprestado com o pai, Jair Bolsonaro, e um irmão. Ainda de acordo com o parlamentar, os empréstimos também teriam sido quitados com dinheiro vivo
9 de agosto de 2020, 06:34 h Atualizado em 9 de agosto de 2020, 08:18
(Foto: REUTERS/Adriano Machado)
247 - A compra de salas comerciais pelo senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) por R$ 86,7 mil, na época em que era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), foi paga em dinheiro vivo, aponta o jornal O Globo deste domingo (9). Segundo a reportagem, a informação foi confirmada em depoimento ao Ministério Público do Rio (MP-RJ) pelas próprias construtoras envolvidas na transação e do próprio parlamentar no âmbito do inquérito que apura a existência de um rachadinha na Alerj.
Flávio teria pedido ao pai, Jair Bolsonaro, e a um irmão – não identificado - que emprestassem o dinheiro utilizado na transação. Ele também teria recebido uma possível ajuda de Jorge Francisco, pai do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira. Jorge Francisco, que faleceu em 2018, foi chefe de gabinete de Bolsonaro.
“Eu saí pedindo emprestado para o meu irmão, para o meu pai, eles me emprestaram esse dinheiro. Tá tudo declarado no meu imposto de renda, que foi comprado dessa forma (por meio de empréstimo). Depois eu fui pagando a eles esses empréstimos. Acho que o Jorge (Oliveira), que era chefe de gabinete do meu pai, também me ajudou”, disse Flávio em depoimento prestado promotor Luis Fernando Ferreira Gomes no dia 7 de julho.
A declaração de Flávio foi em resposta ao questionamento feito pelo promotor sobre a origem dos R$ 86.779,43 em espécie, por meio de depósitos bancários, que foram utilizados para a compra de 12 salas comerciais no centro comercial Barra Prime Offices em 2008.
Ainda segundo a reportagem, ao ser questionado como havia quitado os empréstimos, Flávio Bolsonaro afirmou que também pagou os valores em dinheiro vivo. “Era em espécie, em dinheiro”, disse. “Como era em família, não lembro agora exatamente como foi feito. Se foi parcelado ou uma vez só”, completou.
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