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segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Café cabeludo

Visitando duas amigas, lá pras bandas da ..., na hora do café, acabei ganhando de presente, ainda, um pacote de Café da Colômbia, da marca 3 Corações.
Aí lembrei-me do que minha mulher contou: 
Quando menina, nas suas idas à roça,  em Santo Amaro da Imperatriz,  junto com a mãe, aquela (que ainda vive e é uma criatura exemplo de bondade, desdobrando-se, quanto pode, para ajudar aos que a rodeiam)  ao preparar o café cabeludo (o pó colocado na água de uma lata, sem passar por coador), introduzia naquela tinta cheirosa um tição, que tinha a função de fazer baixar o pó. 
E hoje, relendo Márcio Camargo Costa (escritor Lageano do qual possuo alguns livros na minha modesta biblioteca, junto com os de Homero Araújo, outro amigo igualmente lageano), no livro intitulado "A Caudilha de Lages - Edit. Lunardelli - 1987), na página 07, conto "A luz do Profeta", bati no seguinte trecho: 

O piá avivava o fogo na chicolateira.
"Chiô, tio José!"
"Tintura bem forte, zi fio. Daquelas de tingí chicra!"
Três colheradas de café crioulo bem mexidas na água quente.
De arremate, um graveto em brasa pra sentar o pó". 

Como se vê, era costume, serra abaixo e serra acima.


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