60ª fase da operação investiga relação do ex-ministro com Paulo Preto, apontado como operador do PSDB
Machado da Costa
19/02/2019 - 09:51 / Atualizado em 19/02/2019 - 09:52
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Ao deixar o governo e não se eleger para nenhuma casa do Congresso, o ex-chanceler e ex-senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) entrou na mira da Lava-Jato. Ele perdeu o foro especial por prerrogativa de função, o chamado “foro privilegiado”, e as investigações acerca de suas operações suspeitas foram diretamente para Curitiba. Na manhã desta terça-feira, 19, a Polícia Federal bater na porta em ao menos um imóvel pertencente ao tucano.
Apesar do cerco ao ex-ministro das Relações Exteriores, o principal alvo da operação desta manhã foi o ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto. Ele voltou a ser preso. Voltou porque estava livre devido a um habeas corpus concedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes. Para sair, precisará de um novo.
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A 60ª fase da Lava-Jato, nomeada “Ad Infinitum” (até o infinito, em Latim) investiga um esquema de pagamento de R$ 130 milhões de propina paga pela Odebrecht a diversos políticos. A operação foi montada com base nas delações de executivos da empreiteira e de doleiros que já integram os inquéritos da Lava-Jato.
Segundo os delatores, o setor de Operações Estruturadas da Odebrecht repassava dinheiro a Paulo Preto, considerado o “operador” do PSDB. Este, mantinha na R$ 100 milhões em espécie que seriam utilizados para irrigar campanhas eleitorais entre 2007 e 2017. A empreiteira devolvia o dinheiro no exterior para Paulo Preto. Entre os doleiros envolvidos nesta operação, estão Rodrigo Tacla Duran, Adir Assad e Álvaro Novis.
Aloysio Nunes entrou no radar porque recebeu, no Natal de 2007, um cartão de crédito vinculado a uma conta mantida por Paulo Preto na Suíça enquanto estava em um hotel em Barcelona, na Espanha. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o cartão foi emitido um mês após a Odebrecht ter depositado 275 mil euros nesta conta. O ex-chanceler, eleito senador em 2010, era secretário-chefe da Casa Civil do governador José Serra (PSDB-SP) durante o período investigado. Atualmente, Nunes é presidente da agência de promoção de investimentos do estado de São Paulo, a InvesteSP.
Paulo Preto é o elo mais fraco no escândalo tucano. As próprias autoridades suíças o denunciaram. Segundo as autoridades, quatro contas foram abertas por Paulo Preto após ele ser nomeado diretor-presidente da Dersa, departamento responsável pela gestão das rodovias paulistas.
(Com informações de O Globo)
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