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terça-feira, 19 de fevereiro de 2019
EX-CHANCELER ALOYSIO NUNES PERDE FORO E CAI NA MIRA DA LAVA-JATO
60ª fase da operação investiga relação do ex-ministro com Paulo Preto, apontado como operador do PSDB
Machado da Costa
19/02/2019 - 09:51 / Atualizado em 19/02/2019 - 09:52O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Foto: Chris Wattie/Reuters/23-10-2018
Ao deixar o governo e não se eleger para nenhuma casa do Congresso, o ex-chanceler e ex-senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) entrou na mira da Lava-Jato. Ele perdeu o foro especial por prerrogativa de função, o chamado “foro privilegiado”, e as investigações acerca de suas operações suspeitas foram diretamente para Curitiba. Na manhã desta terça-feira, 19, a Polícia Federal bater na porta em ao menos um imóvel pertencente ao tucano.
Apesar do cerco ao ex-ministro das Relações Exteriores, o principal alvo da operação desta manhã foi o ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto. Ele voltou a ser preso. Voltou porque estava livre devido a um habeas corpus concedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes. Para sair, precisará de um novo. Paulo Vieira de Souza foi diretor da Dersa, estatal responsável por obras viárias, entre 2007 e 2010 Foto: Marcelo Saraiva / Agência O Globo
A 60ª fase da Lava-Jato, nomeada “Ad Infinitum” (até o infinito, em Latim) investiga um esquema de pagamento de R$ 130 milhões de propina paga pela Odebrecht a diversos políticos. A operação foi montada com base nas delações de executivos da empreiteira e de doleiros que já integram os inquéritos da Lava-Jato.
Segundo os delatores, o setor de Operações Estruturadas da Odebrecht repassava dinheiro a Paulo Preto, considerado o “operador” do PSDB. Este, mantinha na R$ 100 milhões em espécie que seriam utilizados para irrigar campanhas eleitorais entre 2007 e 2017. A empreiteira devolvia o dinheiro no exterior para Paulo Preto. Entre os doleiros envolvidos nesta operação, estão Rodrigo Tacla Duran, Adir Assad e Álvaro Novis.
Aloysio Nunes entrou no radar porque recebeu, no Natal de 2007, um cartão de crédito vinculado a uma conta mantida por Paulo Preto na Suíça enquanto estava em um hotel em Barcelona, na Espanha. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o cartão foi emitido um mês após a Odebrecht ter depositado 275 mil euros nesta conta. O ex-chanceler, eleito senador em 2010, era secretário-chefe da Casa Civil do governador José Serra (PSDB-SP) durante o período investigado. Atualmente, Nunes é presidente da agência de promoção de investimentos do estado de São Paulo, a InvesteSP.
Paulo Preto é o elo mais fraco no escândalo tucano. As próprias autoridades suíças o denunciaram. Segundo as autoridades, quatro contas foram abertas por Paulo Preto após ele ser nomeado diretor-presidente da Dersa, departamento responsável pela gestão das rodovias paulistas.
(Com informações de O Globo)
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