Combatentes pró-EUA teriam apreendido maior parte da ajuda humanitária para refugiados
© AFP 2018 / Khalil Mazraawi
A maior parte da ajuda humanitária destinada aos refugiados do campo sírio de Rukban pode ter ficado nas mãos dos combatentes controlados pelos EUA, segundo o relatório conjunto dos centros de coordenação interdepartamental da Rússia e Síria para o retorno de refugiados.
"Levando em conta a experiência negativa do primeiro envio de ajuda humanitária, bem como a ausência de quaisquer informações objetivas sobre a ajuda aos refugiados durante o segundo envio, existem todos os motivos para afirmar que a maior parte da remessa humanitária está nas mãos dos combatentes controlados pelos EUA, e não nas dos sírios abrigados temporariamente no campo", lê-se no comunicado.
Anteriormente o Ministério da Defesa da Rússia comunicou que, com ajuda dos especialistas russos, ao campo de Rukban foi enviada uma segunda remessa de ajuda humanitária com mil toneladas de alimentos, medicamentos e bens de primeira necessidade.
Segundo os chefes dos departamentos, não obstante a postura destrutiva dos EUA, que ocuparam ilegalmente a zona de 55 km em torno de Al-Tanf, a Rússia e a Síria, "entendendo que se trata da salvação de dezenas de milhares de cidadãos sírios, asseguraram todas as condições para o envio no início de fevereiro de uma segunda remessa humanitária da ONU" para os refugiados do campo.
"Porém, trata-se de uma medida temporária que não cumpre o objetivo de prestar apoio abrangente aos cidadãos sírios que se encontram em uma situação difícil. O volume da ajuda humanitária entregue para o campo de Rukban permitirá assegurar somente a uma parte dos refugiados bens de primeira necessidade e alimentos por um prazo até 30 dias", frisaram os centros russo e sírio.
O campo de Rukban se encontra na zona de segurança de Al-Tanf, em que está localizada a base dos militares norte-americanos. Os combatentes dos grupos opositores bloqueiam o perímetro da zona de segurança e não permitem a entrada no campo da ajuda humanitária da ONU e do governo sírio. Segundo os dados da Organização Mundial de Saúde, no momento no campo há 40 mil pessoas, em sua maior parte mulheres e crianças. Vários residentes do campo morreram devido às condições difíceis.
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