18.02.2019
ISA
Em nota, Arpin-Sul repudia incêndio de casa de reza e sobrevôo não autorizado de drones na Terra Indígena Tarumã, em Araquari (SC)
No último sábado (9), um grupo de homens invadiu a aldeia Tarumã Mirim, na Terra Indígena Tarumã (SC), fez um morador de refém e incendiou a casa de reza, segundo nota da Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul (Arpin-Sul). Lideranças guarani já haviam observado o aumento das pressões na área. Drones têm sobrevoado a região, o que alimenta um clima de apreensão generalizado.
O território, de apenas 2.172 hectares, tem seu limite definido pela BR-101, segunda maior rodovia do Brasil e um eixo estratégico para o escoamento da produção entre o Nordeste e o Sul do país. Os Guarani Mbya percebem uma relação entre o acirramento dos conflitos na área, motivados por interesses econômicos e corporativos, com tensão social que vivenciam, enquanto aguardam a homologação do processo demarcatório da TI há 15 anos.
"Pedimos providências e investigação por parte da Justiça e autoridades, e acompanhamento constante das instituições de defesa dos direitos humanos e dos direitos dos Povos Indígenas para que ações e atitudes como essas sejam reprimidas e punidas", escreveram os indígenas em nota da Arpin-Sul.
Além da demora para a conclusão do processo de demarcação da terra, os limites reconhecidos como de posse indígena em 2009 foram suspensos no ano seguinte e restabelecidos em 2012. A situação permanente de insegurança jurídica a que os Guarani estão expostos só seria atenuada com o cumprimento da Constituição Federal pelo Estado, ao assegurar o direito territorial dos índios e homologar a Terra Indígena Tarumã.
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