Empresa anuncia em um comunicado que a eliminação de postos de trabalho se dará mediante a não substituição dos funcionários que se aposentam
Barcelona / Frankfurt 13 MAR 2019 - 16:47 CET
Veículos da Volkswagen em uma fábrica do grupo em Dresden (Alemanha), nesta terça-feira FILIP SINGEREFE
A Volkswagen, a marca-mãe do Grupo Volkswagen, anunciou planos de reduzir entre 5.000 e 7.000 postos de uma força de trabalho de mais de 119.000 funcionários até 2023. A empresa explica essa redução pela "automatização de rotinas”, em um período em que vai ampliar seus esforços no lançamento de veículos elétricos, nos quais pretende investir 19 bilhões de euros (83 bilhões de reais).
O anúncio vem um dia depois de Dieter Heiss, presidente do grupo alemão, afirmar que o direcionamento da indústria automobilística para o veículo elétrico vai significar cortes de empregos porque terá uma carga de trabalho menor, de entre 20% e 30 % por veículo.
A empresa acredita que o corte do número de empregados poderá ser realizado graças a não substituição dos trabalhadores que se aposentam. A previsão é que cerca de 11.000 funcionários possam aderir a planos de aposentadoria antecipada. Os acordos com os sindicatos impedem demissões até pelo menos 2025. Em paralelo a essa amortização de empregos, a Volkswagen planeja criar 2.000 postos de nível técnico para o desenvolvimento de arquitetura eletrônica e software, em linha com a transição para o veículo eletrônico.
Estes planos de trabalho, acompanhados de outros cortes de despesas, fazem parte de um plano de eficiência com o qual a empresa pretende minimizar o impacto dos pesados investimentos necessários para lançar novos modelos elétricos. Além disso, no ano passado a Volkswagen, fortemente afetada pelo novo regulamento de emissões de dióxido de carbono (os chamados WLTP, na sigla em inglês), reduziu em 1.9% seu lucro operacional, para 3,23 bilhões de euros (14 bilhões de reais).
Isso acontece num momento em que o grupo, segundo declarou Diess nesta terça-feira, quer valorizar suas diferentes marcas pela capacidade de voltar ao grupo dos investimentos feitos em veículos novos. A empresa quer atingir em 2022 uma margem operacional de 6% – essa proporção é atualmente de 3,8% – e para isso estima uma economia anual de 5,9 bilhões de euros (25,6 bilhões de reais) até 2023.
Em novembro, o Grupo Volkswagen anunciou que vai despender 44 bilhões de euros (190 bilhões de reais) ao longo de cinco anos para a fabricação de carros elétricos e autônomos, assim como em outros serviços de mobilidade e na digitalização de seus veículos e fábricas. O presidente do Conselho de Administração da maior fabricante de automóveis do mundo, Hans Dieter Pötsch, disse em uma coletiva de imprensa que a empresa pretende se tornar "uma provedora mundial de mobilidade sustentável".
Como o grupo, a marca Volkswagen terá mais recursos para dar impulso ao carro elétrico. Do investimento inicial de 11 bilhões de euros, passou para 19 bilhões de euros. Seu objetivo: vender cerca de 10 milhões de carros elétricos nos próximos dez anos, entre os quais se incluem os da nova marca, o Jetta, na China. O primeiro deles, chamado ID, poderá ser reservado a partir de maio e hoje pode ser adquirido por menos de 30.000 euros (cerca de 130.000 reais). No próximo salão de Frankfurt está prevista a apresentação da geração do Golf elétrico.
Fonte: EL PAIS
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