Ações coordenadas
10 de junho de 2019, 12h52
Por Gabriela Coelho
Após a divulgação de mensagens que mostram uma atuação conjunta do procurador Deltan Dallagnol e do ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sergio Moro, na operação "lava jato", o Conselho Nacional do Ministério Público informou que vai abrir representação para investigar Dallagnol e os demais membros do MP citados nas conversas. CNMP investigará procurador Deltan Dallagnol por conversas que mostram atuação conjunta entre o MPF e o ex-juiz Sergio Moro na operação "lava jato"
André Telles
Isso porque as mensagens, divulgadas em uma série de reportagens pelo site The Intercept Brasil, dão a entender que os procuradores atuaram pra manter os processos com eles, o que viola o princípio do promotor natural.
Em uma das mensagens de texto, do dia 21 de fevereiro de 2016, Moro sugeriu alterações no calendário das operações da denominada força-tarefa da "lava jato" em Curitiba, em decorrência de desdobramentos políticos. Dallagnol, de acordo com o site, disse ao magistrado que haveria problemas logísticos para acatar a sugestão.
Segundo a reportagem, faltavam apenas quatro dias para que a denúncia que levaria o ex-presidente Lula à prisão fosse apresentada, mas o coordenador da força-tarefa em Curitiba tinha dúvidas sobre a solidez da história que contaria ao juiz Sergio Moro.
"A apreensão de Deltan Dallagnol, que, junto com outros 13 procuradores, revirava a vida do ex-presidente havia quase um ano, não se devia a uma questão banal. Ele estava inseguro justamente sobre o ponto central da acusação que seria assinada por ele e seus colegas: que Lula havia recebido de presente um apartamento triplex na praia do Guarujá após favorecer a empreiteira OAS em contratos com a Petrobras", afirma trecho de uma das reportagens.
Gabriela Coelho é correspondente da revista Consultor Jurídico em Brasília.
Revista Consultor Jurídico, 10 de junho de 2019, 12h52
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