Pobreza na Argentina aumenta e ronda os 35%
16.07.2019
Um relatório preliminar da Universidade Católica Argentina (UCA) estima que, dos 40,5 milhões de habitantes no país austral, 14 milhões sejam pobres e quase 3 milhões vivam em condições de indigência.
Na campanha eleitoral de 2015, o actual presidente da Argentina, Mauricio Macri, chegou a estabelecer como meta a «Pobreza Zero» para o seu país. Quase quatro anos volvidos, o eleito pela coligação Cambiemos está não só muito longe dessa «promessa» como é cada vez mais responsabilizado, pelos seus concidadãos, pelo actual cenário de ruptura social.
Num relatório preliminar, cujos dados foram revelados este domingo - os dados oficiais só deverão ser conhecidos em Setembro, após as eleições primárias de 11 de Agosto e antes das gerais de 27 de Outubro -, o Observatório da Dívida Social da UCA regista um aumento da pobreza no país, estimando que 35% da população se encontre «em condições de vulnerabilidade».
Em declarações à imprensa argentina, Eduardo Donza, investigador do Observatório, disse existirem «várias razões» para este aumento. «Durante os primeiros meses do ano, o aumento dos preços dos alimentos foi maior que a média geral», afirmou, sublinhando que «ainda não há uma recuperação».
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Nas ruas de Buenos Aires, vêem-se todos os dias centenas pessoas - por vezes, famílias inteiras - com colchões estendidos nos passeios, ao relento.
De acordo com o investigador, a subida da inflação, associada à enorme desvalorização da moeda nacional, teve impacto nos preços dos bens essenciais e levou ao aumento da pobreza. «Os preços sobem pelo elevador e os salários pela escada», disse, acrescentando que, «quando há desvalorizações [monetárias], que são muitas vezes bruscas, há subidas de preços muito grandes e um mercado de trabalho que está cada vez mais "precarizado"», lê-se no portal infobae.com.
Em Março, o Instituto Nacional de Estatística revelou que, no final de 2018, 32% da população argentina vivia em situação de pobreza e que mais de 2,7 milhões viviam em situação de indigência ou pobreza extrema.
A recessão económica e o peso (moeda argentina) altamente desvalorizado, o acordo celebrado entre o governo de Macri e o Fundo Monetário Internacional - com os habituais «pedidos» de redução na despesa pública e de aprofundamento das políticas de austeridade -, os aumentos de preços nos serviços básicos, as subidas constantes dos preços da alimentação, os despedimentos, os encerramentos de inúmeras empresas, o elevado desemprego estão entre os factores que contribuíram para que a Argentina atinja, este ano, o número recorde de pessoas em situação de pobreza.
Foto: De Lelahel1970 - Trabajo propio, CC BY-SA 4.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=61388292
16.07.2019
Um relatório preliminar da Universidade Católica Argentina (UCA) estima que, dos 40,5 milhões de habitantes no país austral, 14 milhões sejam pobres e quase 3 milhões vivam em condições de indigência.
Na campanha eleitoral de 2015, o actual presidente da Argentina, Mauricio Macri, chegou a estabelecer como meta a «Pobreza Zero» para o seu país. Quase quatro anos volvidos, o eleito pela coligação Cambiemos está não só muito longe dessa «promessa» como é cada vez mais responsabilizado, pelos seus concidadãos, pelo actual cenário de ruptura social.
Num relatório preliminar, cujos dados foram revelados este domingo - os dados oficiais só deverão ser conhecidos em Setembro, após as eleições primárias de 11 de Agosto e antes das gerais de 27 de Outubro -, o Observatório da Dívida Social da UCA regista um aumento da pobreza no país, estimando que 35% da população se encontre «em condições de vulnerabilidade».
Em declarações à imprensa argentina, Eduardo Donza, investigador do Observatório, disse existirem «várias razões» para este aumento. «Durante os primeiros meses do ano, o aumento dos preços dos alimentos foi maior que a média geral», afirmou, sublinhando que «ainda não há uma recuperação».
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Nas ruas de Buenos Aires, vêem-se todos os dias centenas pessoas - por vezes, famílias inteiras - com colchões estendidos nos passeios, ao relento.
De acordo com o investigador, a subida da inflação, associada à enorme desvalorização da moeda nacional, teve impacto nos preços dos bens essenciais e levou ao aumento da pobreza. «Os preços sobem pelo elevador e os salários pela escada», disse, acrescentando que, «quando há desvalorizações [monetárias], que são muitas vezes bruscas, há subidas de preços muito grandes e um mercado de trabalho que está cada vez mais "precarizado"», lê-se no portal infobae.com.
Em Março, o Instituto Nacional de Estatística revelou que, no final de 2018, 32% da população argentina vivia em situação de pobreza e que mais de 2,7 milhões viviam em situação de indigência ou pobreza extrema.
A recessão económica e o peso (moeda argentina) altamente desvalorizado, o acordo celebrado entre o governo de Macri e o Fundo Monetário Internacional - com os habituais «pedidos» de redução na despesa pública e de aprofundamento das políticas de austeridade -, os aumentos de preços nos serviços básicos, as subidas constantes dos preços da alimentação, os despedimentos, os encerramentos de inúmeras empresas, o elevado desemprego estão entre os factores que contribuíram para que a Argentina atinja, este ano, o número recorde de pessoas em situação de pobreza.
Foto: De Lelahel1970 - Trabajo propio, CC BY-SA 4.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=61388292
https://www.abrilabril.pt/internacional/pobreza-na-argentina-aumenta-e-ronda-os-35
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