Família registrou ocorrência reclamando da demora do médico em chegar ao local
Filho de Rosângela recebeu o nome de CauãFoto: Elcio Haubert / Especial
Fernanda da Costa
A morte da adolescente Rosângela Ribeiro de Andrade, 14 anos, durante uma cesariana em Ametista do Sul, no norte do Estado, virou caso de polícia. A família registrou ocorrência reclamando da demora do médico em chegar ao local e iniciar a cirurgia.
O pai Joel Ari de Andrade, 49 anos, conta que a adolescente realizou o pré-natal tranquilamente e tinha uma gravidez saudável. Na noite de terça-feira, quando estava com 37 semanas, sentiu dores fortes e pediu para ser levada ao hospital.
Acompanhada do pai e do marido, Rosângela chegou ao Hospital São Gabriel por volta das 20h, quando estava em trabalho de parto. No momento, apenas uma enfermeira estava no hospital, segundo a família.
Muito emocionado, o pai relata que o médico só chegou de madrugada, e ainda ficou quase duas horas tentando realizar um parto normal. Quando ouviu a filha gritar: “Não aguento mais de dor, vamos fazer cesariana”, decidiu invadir a sala. Ele e o marido de Rosângela entraram pedindo para que ela fosse levada à cirurgia com urgência.
Era 1h35min quando a adolescente foi submetida à cesariana, mas não resistiu e morreu durante o procedimento, por volta das 4h15min. A anestesia teria sido feita pelo próprio médico, devido à falta de um profissional especializado.
O bebê nasceu e está bem. Ele recebeu o nome de Cauã e segue internado na maternidade da casa de saúde.
Depois da morte da filha, Joel decidiu pedir ajuda à polícia. Ele registrou uma ocorrência reclamando da negligência médica:
— Queremos justiça. Se o medico chegasse rápido e ela fosse encaminhada logo à cesariana, poderia estar viva.
A delegada Aline Dequi Palma afirma que, se comprovada a morte da jovem por imperícia ou negligência do médico, ele pode responder por homicídio culposo, com pena de um a três anos de prisão.
Rosângela será sepultada na quinta-feira, às 10h, no cemitério municipal de Ametista do Sul. O pai conta que, por enquanto, ele e o genro se revezarão nos cuidados com Cauã.
CONTRAPONTO
O que diz Laudemir Fontana, presidente da Sociedade Hospitalar São Gabriel
“Ainda não tive acesso à ficha de atendimento da paciente para saber o que houve. Vamos averiguar o que aconteceu e, se estas denúncias forem verídicas, iremos tomar providências como o afastamento de profissionais. Nosso hospital é pequeno e temos limitações financeiras, por isso não contamos com anestesista. Cada médico deve avaliar se é possível realizar o procedimento no hospital ou optar pela transferência”.
Fonte: ZERO HORA
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