DA REUTERS
Torcedores do Beitar Jerusalem protestaram durante um jogo da equipe contra o proprietário da equipe, que tinha planos de contratar dois jogadores muçulmanos da Tchetchênia. Parte da torcida, formada por judeus, chegou a mostrar no último sábado um cartaz preconceituoso com os dizeres: 'Beitar sempre será puro'.
Torcedores do Beitar Jerusalem mostram cartaz em hebraico com os dizeres: 'Beitar sempre será puro'
A revolta começou após Arkady Gaydamak, dono do time de Jerusalém, ficar próximo de reforçar a equipe com dois atletas russos: Zaur Sadayev e Dzhabrail Kadiyev.
Para evitar mais atritos, a polícia reforçou a segurança no jogo desta terça-feira válido pela Copa do Estado de Israel. O Beitar enfrentou, em casa, o Maccabi Umm el-Fahm, da segunda divisão, uma equipe criada por árabes israelenses.
O ato dos torcedores do Beitar causou repulsa no presidente israelense, Shimon Peres.
"Os judeus sempre foram afetados pelo racismo mais do que qualquer outro povo no mundo. Estou certo de que toda a nação está chocada com este fenômeno e nunca irá aceitar isto", escreveu o político, que tem mais uma função administrativa no país, que é parlamentarista.
Em nota, ao Maccabi Umm el-Fahm chegou a avisar que seus atletas deixariam o campo caso os torcedores do Beitar começassem a gritar cantos contra o profeta Maomé.
Quarto colocado do Campeonato Israelense, o Beitar Jerusalem é o único time de Israel que nunca contratou um atleta árabe por conta da pressão da torcida. O ato violento e racista dos torcedores já provocou mais de 20 punições ao clube, inclusive perda de pontos, multas e jogos com portões fechados.
Nir Elias/Reuters
Policiais israelenses reforçam segurança da torcida do Maccabi Umm el-Fahm durante jogo contra o Beitar
A partida válida pela Copa do Estado de Israel terminou 5 a 0 para o Beitar, que não escapou de uma nova punição. Terá que fechar por cinco partidas parte do estádio Teddy Kollek, com capacidade para 7 mil pessoas, justamente onde sentam os torcedores mais fanáticos. A arena comporta mais de 21 mil espectadores. O clube ainda foi multado em 50 mil shekalim (aproximadamente R$ 25 mil).
"Aqui não há espaço para o racismo, é tolerância zero", afirmou o presidente da Federação Israelense de Futebol, Avi Luzon.
Fonte: FOLHA DE SP
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