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domingo, 27 de janeiro de 2013

Lamentável sinistro em boate no RS provoca grande número de óbitos e lesões graves




Tragédia em Santa Maria/RS vitimou, pelo menos 233 jovens, noticiam os jornais do Continente de São Pedro, como preferem a Igreja e alguns tradicionalistas denominar a região.
O número de feridos também é grande e o começo do incêndio é atribuído a pirotecnia em ambiente fechado, o que é proibido.
Por que a boate, com alvará vencido há quase um ano, não foi interditada pelos poderes competentes?

E POR FALAR NESTE TIPO DE OCORRÊNCIA, FLORIANÓPOLIS NÃO POSSUI UM HOSPITAL PARA CUIDAR DE QUEIMADOS ADULTOS E, NA EVENTUALIDADE DE ALGUM ACONTECIMENTO SEMELHANTE, AS   CONSEQUÊNCIAS PODERÃO SER AINDA MAIS DESASTROSAS, POR FALTA DE SOCORRO ESPECIALIZADO.

Com a música de Chango, interpretada com uma "cordeona" chorosa, prestamos, daqui da Ilha de SC,  a nossa solidariedade aos familiares, aos amigos das vítimas e às vítimas que não faleceram, com votos de pronta recuperação.


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Tragédia em boate mata ao menos 233 pessoas em Santa Maria


Incêndio começou por volta das 2h da madrugada | Foto: Deivid Dutra / A Razão


Pelo menos 233 pessoas morreram e 116 foram feridas em um incêndio em uma boate na cidade de Santa Maria na madrugada deste domingo (27), segundo informações preliminares das autoridades locais. Do total de mortos, 113 são mulheres e 120 são homens; 115 dos 233 corpos já foram identificados e 43 já foram removidos.

As causas do acidente ainda estão sendo investigadas, mas relatos iniciais indicam que as vítimas morreram por asfixia, e não queimadas. Com mais de 260 mil habitantes, Santa Maria é a quinta maior cidade do Rio Grande do Sul e está localizada na região central do estado, a 285 quilômetros de Porto Alegre. O número anterior de 245 mortos foi retificado pelas autoridades pouco antes das 14h de domingo.

Informações da imprensa e de autoridades locais dão conta de que o fogo teria começado por volta das 2h da madrugada, durante um show. Depoimentos de sobreviventes e trabalhadores da boate Kiss informam que teria ocorrido o uso de equipamentos pirotécnicos durante o show. Até o momento, a informação mais precisa é a de que faíscas teriam atingido o teto e incendiado a espuma de isolamento acústico do local. O alvará do estabelecimento estaria vencido desde agosto do ano passado, segundo o Corpo de Bombeiros. Os hospitais de Santa Maria estão superlotados e feridos são transportados a cidades vizinhas para tratamento – até mesmo a Porto Alegre, onde pacientes em estado mais graves estão chegando de helicóptero e sendo conduzidos ao HPS.
Com uma universidade federal (a UFSM) e outras seis instituições de ensino superior, Santa Maria é conhecida por ser uma cidade universitária, com milhares de jovens de outros municípios do estado e do país residindo lá. A festa que acontecia na boate Kiss – chamada Agromerados – havia sido organizada por estudantes da UFSM dos cursos de Agronomia, Zootecnia, Pedagogia e Medicina Veterinária, além de outros dois cursos técnicos.

A casa noturna tem capacidade para receber 1,5 mil pessoas. De acordo com depoimento de um segurança que trabalhava no local, a boate estava com até 2 mil pessoas nesta madrugada. 


O público era majoritariamente universitário. O Corpo de Bombeiros garante que o local possuía plano de prevenção de incêndio, mas um segurança que trabalhava na boate disse que os extintores de incêndio não teriam funcionado.


Bombeiros e sobreviventes quebraram a parede da boate para tentar resgatar mais vítimas e facilitar a saída da fumaça | Foto: Deivid Dutra / A Razão

Vítimas que sobreviveram contam que o fogo começou nas proximidades do palco onde estava a banda. No tumulto, muitas pessoas correram para os banheiros, acreditando que era a porta de saída. Em entrevista ao Esporte Espetacular, da Rede Globo, a sobrevivente Luana Santos Silva disse que os bombeiros não demoraram a chegar. “Um amigo meu viu o fogo em cima dos cantores e começamos a sair. Minha irmã caiu, quando eu consegui chegar na rua já tinha muita fumaça. Foi muito desespero, as pessoas iam saindo queimadas e pretas de fumaça”, contou.

Em depoimento à Rádio Gaúcha, Murilo Lima, residente em Brasília, contou que o vocalista da banda que estava no palco usou um sinalizador, que parou na “esponja” do isolamento acústico da boate. A própria banda tentou apagar a chama, ainda pequena neste momento, primeiro com água e depois com um extintor, que não funcionou. Ao tentar fugir do fogo, muitos teriam confundido os banheiros com a saída, aglomerando-se no local. Do outro lado, segundo o depoimento, os seguranças tentavam impedir que as pessoas deixassem o local: de acordo com Murilo, queriam ver as comandas pagas, talvez pensando em um caso comum de briga. Depois, quando viram que tinha fumaça, liberaram a saída.

No começo, um caminhão do Corpo de Bombeiros levou 40 corpos para o Centro Desportivo Municipal. Em seguida, outros 70 corpos foram encaminhados ao local. É lá que os peritos do Instituto Médico Legal estão fazendo a identificação dos mortos, já que a sede do IML não tem capacidade para receber todos os corpos.

Corrimão da boate trancou as pessoas, diz sobrevivente

O dentista Matheus Bortolotto estava na boate Kiss e conta que o fogo começou logo na primeira música. Um dos integrantes da banda Gurizada Fandangueira teria lançado um sinalizador.


Grande maioria das vítimas teria morrido asfixiada | Foto: Deivid Dutra / A Razão

O dentista conta que ninguém se assustou de imediato. Bortolotto relata que a correria começou quando as pessoas viram uma fumaça preta e que ele conseguiu fugir rápido. “O corrimão da boate usado para organizar as filas trancou as pessoas”, recorda. “Parecia um arame, as pessoas batiam e caíam. Eu ajudei a arrancar os corrimões”, relata. Assim como Bortolotto, muitas pessoas que conseguiram escapar voltaram para salvar outras vítimas. “Os bombeiros também passaram mal intoxicados pela fumaça.”

“Uma menina morreu nos meus braços, senti o coração dela parar de bater”, lamenta. “Mesmo correndo risco, as pessoas se atiravam para dentro da boate para salvar vidas. As ambulâncias não davam conta dos feridos”, lembra. “Não conseguimos usar a saída de emergência. Quem ficou no fundo da boate não teve chance”, comenta.

Presidente Dilma, governador e ministros se encaminham a Santa Maria

A tragédia em Santa Maria mobiliza as autoridades nacionais e regionais. O governador Tarso Genro chegou ao município no final da manhã, acompanhado de secretários. Ao falar com a imprensa, anunciou luto oficial de sete dias. “É uma tragédia brutal o que está acontecendo. Para o País, para o Estado”, disse o governador. A presidente Dilma Rousseff, que está no Chile, antecipou seu retorno ao Brasil. Segundo a assessoria da Presidência da República, estavam agendados três encontros bilaterais, com representantes da Argentina, Letônia e Bolívia. A chegada deve ocorrer durante a tarde.

Em entrevista coletiva no Chile, a presidente disse que o governo federal deslocará todo o apoio necessário para a tragédia. “Deslocaremos tudo o que for necessário. Lá em Santa Maria tem uma grande base da aeronáutica, mobilizaremos tudo o que for necessário para dar apoio”, disse. Visivelmente emocionada, Dilma começou a chorar e não conseguiu finalizar o depoimento. “Queria dizer para a população de Santa Maria e do Brasil o quanto nós estamos juntos nesse momento de tristeza. Iremos superar, mantendo a tristeza… É isso”, encerrou, sem conseguir conter o choro.


Santa Maria conta com cinco hospitais e maior parte das vítimas está sendo atendida no Hospital Universitário | Foto: Deivid Dutra / A Razão

Os ministros da Saúde, Alexandre Padilha, e dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, também se encaminham para Santa Maria. O prefeito de Santa Maria, Cezar Schirmer, decretou luto oficial de 30 dias na cidade.

A presidente Dilma Rousseff chegou a Santa Maria às 13h24. Recebida na Base Aérea pelo prefeito Cezar Schirmer, Dilma fez imediatamente deslocamento ao Hospital de Caridade para prestar solidariedade e assistência a feridos. Em seguida, dirigiu-se ao Ginásio Municipal para visitar os familiares das vítimas, onde se reuniu também com o governador Tarso Genro e o prefeito no gabinete de crise instalado no local.

A assessoria do governador Tarso Genro divulgou um depoimento seu em vídeo na manhã deste domingo. “A tragédia em Santa Maria enluta o Rio Grande e o Brasil”, disse Tarso, visivelmente abalado. De acordo com sua assessoria, o governador chegou na cidade por volta das 11h40.

Em entrevista coletiva em Santa Maria, concedida às 12h15, o governador disse que a Polícia Civil já está conduzindo investigações sobre o caso. “Determinamos o levantamento de provas para que se faça um inquérito policial de alto nível, para que possamos ter um esclarecimentos sobre as causas que levaram a esse evento”, informou.

Tarso ressaltou o apoio que o estado está recebendo de outros órgãos públicos. “Estamos articulados com a Presidência da República, o Exército, a Aeronáutica e a Polícia Federal”, disse. O governador comentou que “é um momento muito duro” e que é preciso “ter competência e responsabilidade para trabalhar bem neste momento”.

O secretário de Segurança do Rio Grande do Sul, Airton Michels, determinou que todas as aeronaves das Polícias Civil e Militar fiquem à disposição para transporte de corpos e feridos. O Instituto Geral de Perícias (IGP) também oferece apoio logístico, uma vez que o IML de Santa Maria não tem capacidade para lidar com a quantidade de corpos.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ex-primeira-dama, Marisa Letícia, divulgaram nota se solidarizando com as famílias das vítimas da tragédia. “O Brasil inteiro está triste e de luto pelas mortes ocorridas no incêndio em Santa Maria”, afirmou o ex-presidente.



Rodada do Gauchão foi cancelada


Autoridades estaduais e nacionais se concentram em Santa Maria para prestar apoio e socorro | Foto: Deivid Dutra / A Razão

A tragédia em Santa Maria motivou o adiamento da rodada do Campeonato Gaúcho de futebol, prevista para este domingo (27). A confirmação veio por meio de nota da Federação Gaúcha de Futebol (FGF). Na nota, a data para a realização dos jogos não está definida – no entanto, o vice-presidente da FGF, Luciano Dahmer Hocsman, afirmou em entrevista ao Correio do Povo que a data mais provável para a realização das partidas é a quarta-feira de Cinzas, no dia 13 de fevereiro. A confirmação deve ocorrer a partir de segunda-feira (28).

*Mais informações em instantes.

Fonte: SUL 21

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Mais detalhes:

"Só deixavam sair quem pagasse a comanda", diz testemunha de incêndio


Incêndio em boate matou mais de 230 pessoas. Jovens relatam o drama para fugir do local



27/01/2013 | 15:24 | FOLHAPRESS


Testemunhas relatam que os seguranças da boate Kiss, em Santa Maria (RS), impediram a saída das pessoas nos primeiros momentos do incêndio que atingiu o local na madrugada deste domingo (26) e deixou ao menos 231 mortos. "No começo, só deixavam sair quem pagasse a comanda", disse Murilo Lima à rádio Gaúcha. "No começo, os seguranças estavam barrando, pois não sabiam o que estava havendo", completa o jovem, que escapou da tragédia.

A informação foi confirmada pelo estudante de engenharia Mateus Abadi, 21. Ele afirmou à reportagem que os seguranças não sabiam o que acontecia. "Assustados, seguraram um pouco as pessoas. Até que perceberam a urgência e abriram as portas."
Segundo ele, "não tinha como se mexer lá dentro, a casa estava lotada".


"Foi impressionante as pessoas sendo carregadas como saco de batatas, como se não valessem nada", relembra Abadi. O estudante conseguiu correr a tempo. "Estava perto da saída com minha irmã, mas um amigo infelizmente morreu", conta.
Uma estudante da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) afirmou ainda que os extintores do local não estavam funcionando.

"O pessoal começou a correr e a se pisotear. Chegaram a me falar que havia uma pilha de dois metros de pessoas amontoadas no banheiro, tentando escapar do fogo que vinha mais baixo", relata ela, que não quis se identificar.

Ela conta ainda que se safou por questão de instantes. "Eu saí para fumar bem na hora", afirma aliviada. "Quando acendi o cigarro, todo mundo começou a sair correndo", completa.

A gaúcha perdeu cinco amigos na tragédia, mas ainda aguarda a divulgação de outros nomes de pessoas com quem não conseguiu mais contato.

Segundo ela, alguns dos extintores não estavam funcionando.

Fonte: GAZETA DO POVO

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