A empresa Hidramix, de Santa Maria e que atua no ramo de "sistemas de prevenção de incêndio", instalou barras antipânico na porta de entrada da casa noturna
Foto: Divulgação / Polícia Civil
Adriana Irion e Francisco Amorim*
A empresa que executou obra prevista no Plano de Prevenção e Combate a Incêndio (PPCI) da boate Kiss é de propriedade de um bombeiro lotado em Santa Maria.
Os policiais militares Jairo Bittencourt da Silva, aposentado, e Roberto Flavio da Silveira e Souza, bombeiro da ativa, constam no site da Secretaria da Fazenda como donos da Hidramix Prestação de Serviço, que atua no ramo de "prevenção de incêndio". A mulher de Souza, Gilceliane Dias de Freitas, também compõe o quadro societário do estabelecimento.
Em 2012, a Hidramix foi chamada pela Kiss para fazer o orçamento de medidas de combate a incêndio que estariam desatualizadas. Foram estudadas três medidas, mas segundo Édio Nabinger, eletrotécnico da Hidramix, a empresa somente executou uma parte das alterações necessárias e previstas no PPCI, que foi a colocação de barras antipânico.
Ainda segundo Nabinger, a Hidramix esteve na Kiss mais duas vezes, em julho e agosto, por conta da garantia dada pelo serviço. A próxima visita estava marcada para o final de fevereiro.
Na página do Facebook de Gilceliane há fotos de família em que ela está com o marido, o bombeiro Roberto Souza. Em algumas das imagens, inclusive, Souza usa uma camiseta com o nome da Hidramix.
Conforme o site da Sefaz, a empresa foi aberta em 2005, quando Souza aparece como sócio. Jairo se tornou sócio em 2008, quando já estaria aposentado. Gilceliane só ingressou na sociedade em 24 de janeiro de 2012. Segundo o casal, Jairo saiu da sociedade no ano passado, apesar de seu nome seguir constando na Sefaz.
O site da Sefaz informa que a empresa atua nos serviços de limpeza em prédios e domicílios, instalações de sistemas de prevenção contra incêndio e instalação e manutenção elétrica.
No final da manhã, o comandante-geral da BM, coronel Sérgio Roberto de Abreu, foi questionado sobre o fato por ZH e disse desconhecer a informação. O tenente-coronel Adriano Krukoski, dos Bombeiros da Capital, também afirmou não saber da situação e explicou que, em princípio, se fosse verdade, poderia não ser ilegal, mas, certamente "imoral".
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