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quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Clarence Darrow, agnóstico famoso



Darrow expôs no tribunal
as contradições da Bíblia

Clarence Seward Darrow (foto) foi o advogado de defesa do professor de biologia John Scopes no “Julgamento do Macaco”, durante 11 dias de intenso calor de julho de 1925, em Dayton, Tennessee (EUA).

Scopes foi acusado de estar ensinando em uma escola pública a teoria da evolução das espécies de Charles Darwin (1809-1882) — o que era proibido naquele Estado desde março daquele ano. Foi o primeiro julgamento do país transmitido pelo rádio. 

Desde Darwin, religiosos atribuem erroneamente e com má-fé à teoria a ideia de que o homem descende do macaco, derivando daí o nome que a imprensa atribuiu na época ao julgamento de Scopes.

Darrow era um advogado brilhante, de oratória perspicaz, e militante da União Americana pelas Liberdades. Já era famoso antes de defender Scopes. 

Ele nasceu no dia 18 de abril de 1857 em Kinsman, Ohio, e morreu no dia 13 de março de 1938 em Chicago, Illinois. 

Durante o “Julgamento do Macaco”, Darrow se identificou como agnóstico (o que já se sabia). Disse que não considerava insulto ser chamado como tal, “mas sim um elogio” por não ter a pretensão de ser sábio onde muitos ignorantes manifestavam certezas absolutas. 

Seu agnosticismo era do tipo forte, como demonstram os títulos de dois de seus ensaios: "Absurdos da Bíblia" e "O Mito da Alma".

No julgamento, Darrow enfrentou o advogado da acusação William Jennings Bryan, um famoso cristão fundamentalista que temia que as ideias evolucionistas conquistassem a sociedade americana. A proibição do ensino da teoria de Darwin no Estado de Tennessee se inspirou em suas pregações. Bryan concorreu três vezes pelo Partido Democrata à Presidência do país.

O juiz John Raulston impediu a apresentação de cientistas como testemunhas em favor das ideias evolucionistas, e Darrow acabou perdendo a causa, não conseguindo derrubar a proibição. Scopes se declarou culpado e foi condenado a pagar multa de US$ 100.

Mas Darrow não pode ser considerado derrotado porque conseguiu expor com brilhantismo no Tribunal, com audiência nacional, algumas das contradições da Bíblia, colocando em xeque um cristão fervoroso, o Bryan.

Trinta anos depois, em 1955, estreou na Broadway a peça Inherit the Wind inspirada no julgamento. Em 1960, com o mesmo título (“O vento será sua herança” , na versão para o português), estreou o filme, com direção de Stanley Kramer. Spencer Tracy fez o papel de Darrow. 

O embate criacionismo versus teoria da evolução, mostrado do filme, continua sendo travado até hoje em alguns Estados norte-americanos com o mesmo fervor.


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