A prisão de um advogado em Brasília na manhã desta quinta-feira (18/5) gerou uma confusão no noticiário: alguns sites publicaram que se tratava do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal, Juliano Costa Couto. Ele, no entanto, não é alvo da operação.
O advogado Willer Tomaz foi detido por ordem do ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, acusado de tentar interferir no andamento da chamada operação greenfield, que investiga os fundos de pensão. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirma ainda que ele tentou interferir nas negociações delações premiadas com envolvidos no caso.
O presidente da OAB-DF Juliano Costa Couto, afirmou à ConJur que não advoga para a empresa JBS nem para o empresário Joesley Batista, que teria delatado Willer Tomaz. Ele esclarece ainda que nenhum policial foi até sua casa.
Segundo Costa Couto, um cliente seu, que é amigo de Joesley, o procurou pedindo nomes de advogados para defender um conhecido na operação greenfield. Ele afirma que foi procurado como presidente da OAB-DF e apenas sugeriu o nome de Willer Tomaz, por ser um criminalista conhecido em Brasília.
Leia nota publicada no site da OAB-DF:
"Eu, Juliano Costa Couto, advogado regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional do Distrito Federal, venho a público me manifestar sobre os fatos recentemente divulgados na imprensa acerca da delação de dirigentes da JBS.
Esclareço que não atuo como advogado do grupo JBS e/ou do J&F nem de nenhum de seus dirigentes e nunca fui contratado para atuar em nenhuma das operações em curso.
Tendo em vista a não atuação ordinária do meu escritório em causas penais de alta complexidade, quando sondado para atuar no processo do grupo da JBS, fiz a indicação do advogado criminalista Willer Tomaz.
É comum advogados serem procurados para indicação de profissionais que trabalhem em áreas específicas, distintas de seu foco de atuação, como ocorreu no caso.
Assim sendo, como todos, tenho absoluto interesse no completo esclarecimento dos fatos, colocando-me à inteira disposição para quaisquer esclarecimentos, inclusive para a salvaguarda de minha vida profissional de quase 20 anos de uma advocacia reconhecidamente honrada.
Por fim, caso haja qualquer tipo de ilícito praticado por qualquer advogado, a Ordem adotará as medidas cabíveis.
JULIANO COSTA COUTO
Presidente da OAB/DF"
Marcelo Galli é repórter da revista Consultor Jurídico.
Revista Consultor Jurídico, 18 de maio de 2017, 11h03
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