Jogo Limpo: Vinte e oito jogadores e dirigentes acusados
Crimes de associação criminosa em competição desportiva, corrupção ativa e passiva em competição desportiva e apostas desportivas fraudulentas. Caso das apostas ilegais em clubes de futebol da I e II Divisão já tem acusação
HUGO FRANCO
Um ano depois, saiu a acusação da Operação Jogo Limpo. De acordo com o site da Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL), o Ministério Público requereu o julgamento, em tribunal coletivo, de vinte e oito arguidos, a maioria jogadores de futebol, um empresário, um dirigente, um diretor desportivo, uma SAD, bem como outras pessoas com ligações ao negócio das apostas desportivas. São acusados pela prática dos crimes de associação criminosa em competição desportiva, corrupção ativa e passiva em competição desportiva e apostas desportivas à cota de base territorial fraudulentas.
Entre agosto de 2015 e até 14 de Maio de 2016, os arguidos constituíram um grupo dirigido à manipulação de resultados de jogos das I e II Ligas nacionais de futebol (match-fixing) para efeito de apostas desportivas internacionais, garante o MP. "Aliciaram jogadores de futebol em Portugal para que estes interferissem nos resultados das competições desportivas em prejuízo das equipas que representavam, da integridade das competições, defraudando sócios e investidores dos clubes, espectadores e patrocinadores."
A acusação revela ainda que os arguidos ganhavam quantias avultadas, em regra não inferiores a 5 mil euros, porque lucravam com as apostas que efetuavam (em sites internacionais como no PLACARD), já que sabiam de antemão qual a equipa vencedora dos jogos objeto dessas apostas.
Contactado pelo Expresso, Nélson Sousa, advogado de dois jogadores de futebol acusados no processo, revela que há poucos dias pediu ao Supremo Tribunal o habeas corpus (libertação imediata) dos seus constituintes, pelo facto de na sua opinião a saída da acusação ter ultrapassado a prazo de um ano. "Na próxima quinta-feira, haverá julgamento no Supremo", afirma.
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