Em sua coluna em Zero Hora, Luís Fernando Veríssimo diz que os brasileiros não têm memória e esquecem rapidamente as corrupções e os corruptos. Diz ele, com o brilho de sempre: "As conseqüências da corrupção revelada, no Brasil, nunca são muito radicais. Ninguém será arruinado para sempre, nenhuma carreira política se interrompe.
Em sua coluna em Zero Hora, Luís Fernando Veríssimo diz que os brasileiros não têm memória e esquecem rapidamente as corrupções e os corruptos. Diz ele, com o brilho de sempre: "As conseqüências da corrupção revelada, no Brasil, nunca são muito radicais. Ninguém será arruinado para sempre, nenhuma carreira política se interrompe. O tempo reconstrói qualquer reputação abalada"
Luis Fernando diz que no Japão seria diferente e uns 30 haraquiris já teriam sido feitos.
E na Rússia?
Lá os perdedores pagam com longas penas na cadeia, quando não com a vida, suas derrotas.
Na época dos grandes expurgos, em 1937, Stalin eliminou - mandando fuzilar alguns - seus principais inimigos.
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Parece fazer parte da tradição russa, os líderes eliminar com a morte seus principais adversários .
Os czares se preocupavam em tirar do caminho os que ambicionavam seu trono, principalmente os parentes em linha de sucessão, não importa se filhos, maridos ou amantes.
Na recente viagem que fiz a Rússia, ouvi muitas dessas histórias em Moscou e São Petersburgo.
Ivan, o Terrível, certamente para fazer jus ao nome, matou com golpes de bastão, seu filho, num momento de fúria.
Mas, nessa área, ninguém fez melhor do que Catarina, a Grande, que reinou em São Petersburgo, de 1792 e 1796l.
Ela começou por eliminar o seu marido, Pedro, com o auxílio do amante, o Conde Orloff.
Embora esse crime original e outros menos importantes façam parte do seu currículo, o que os guias do Palácio de Inverno, hoje Museu Hermitage, gostam de contar é sobre o apetite sexual de Catarina.
Até o fim da vida, ela fez desfilar pela sua cama, desde os grandes favoritos - os condes Orloff (que além de bem instrumentado, tinha um apetite sexual igual ao de Catarina), Ostroganof (que deu nome ao famoso picadinho russo) e Potenkin (que daria nome ao encouraçado com participação decisiva no início da revolução comunista mais de 100 anos depois) - até centenas de jovens militares, escolhido a dedo pela insaciável czarina.
Segundo os mexericos, que ainda são contados hoje, Catarina tinha uma auxiliar, a Condessa Bruce, que escolhia os candidatos à cama da czarina, explicava suas preferências sexuais e testava os candidatos na sua própria cama, depois que eles passavam por um rigoroso exame médico para evitar qualquer doença.
Uma grande mulher, Catarina a Grande, que talvez pudesse ser lembrada pelos feministas como uma precursora da liberdade sexual das mulheres, embora contra ela sempre se possa lembrar que, como tinha a chave do cofre do tesouro russo, costumava gratificar com dinheiro, palácios e terras seus amantes mais eficientes, o que de certa forma parece indicar uma forma de prostituição ao inverso do comum, mas mesmo assim condenável.
Marino Boeira é jornalista, formado em História pela UFRGS
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