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segunda-feira, 22 de abril de 2019

Antes aliados, agricultores da Argentina se voltam contra Mauricio Macri

Principal setor econômico do país foi afetado por impostos que incidem na exportação.

Por Reuters

Maurício Macri, presidente da Argentina, durante cúpula do Mercosul no Uruguai, em dezembro de 2018 — Foto: Andres Stapff/Reuters Maurício Macri, presidente da Argentina, durante cúpula do Mercosul no Uruguai, em dezembro de 2018 — Foto: Andres Stapff/Reuters


Maurício Macri, presidente da Argentina, durante cúpula do Mercosul no Uruguai, em dezembro de 2018 — Foto: Andres Stapff/Reuters




A relação dos representantes do agronegócio com Mauricio Macri, presidente da Argentina, esfriou com a volta de tarifas às exportações e taxas de juros elevadas, que prejudicam os agricultores menores.


O político chegou ao poder em 2015 com a promessa de fortalecer o setor e cortar os impostos que freavam as exportações. O setor é a espinha dorsal do país e acolheu Macri de braços abertos, depois de anos de controles nas vendas ao exterior para manter os preços domésticos baixos.

O agronegócio da Argentina responde por mais da metade dos dólares das exportações. Ele é um barômetro essencial para Macri, que se apresentou como um defensor dos negócios e da indústria.


"Apoiamos publicamente o governo nas últimas eleições (de meio de mandato de 2017) por acreditarmos que estava administrando as políticas que os agricultores precisam. Hoje não podemos fazer o mesmo", diz Carlos Iannizzotto, presidente da Confederação Intercooperativa Agropecuária, uma das quatro maiores organizações do agronegócio do país.


O recuo de Macri no corte dos impostos sobre as exportações e o custo alto do crédito, com taxas de juros acima dos 60% são citados pelos líderes das quatro maiores associações, que coletivamente formam a influente "Mesa de Enlace".


Eleições presidenciais em outubro


Os lobbies do agronegócio não influenciam diretamente os votos de uma grande proporção de eleitores, observaram analistas e institutos de pesquisa, mas o apoio declinante é um sinal de alerta importante para Macri antes da votação de outubro, que deve ser muito disputada.


No ano passado, uma crise financeira aguda forçou Macri a pedir um socorro de US$ 56,3 bilhões ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Em troca, foi oferecida a promessa de equilibrar o déficit do país, o que incluiu readotar impostos sobre as exportações.


As vendas de colheitadeiras, tratores e máquinas agrícolas despencaram no ano passado, segundo dados do próprio governo. 
 
Fonte: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/04/22/antes-aliados-agricultores-da-argentina-se-voltam-contra-mauricio-macri.ghtml

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