O Congresso Judaico Mundial expressou, nesta segunda-feira, seu “repúdio e indignação” após relatos de que uma efígie feita para parecer um judeu estereotipado foi enforcada e queimada em uma cidade polonesa como parte de um ritual de Páscoa. Robert Singer, CEO do grupo sediado em Nova York, disse em um comunicado que "os judeus estão profundamente perturbados por este horrível ressurgimento do antissemitismo medieval que levou a uma violência e sofrimento inimagináveis". Moradores, entre os quais crianças, espancaram e queimaram a efígie na cidade de Pruchnik, no sudeste, na Sexta-feira Santa. A figura representou Judas, o discipulo de Cristo que o traiu, de acordo com o Novo Testamento. A efígie recebeu um chapéu de abas largas e piercings, fazendo com que se assemelhasse a um judeu ultra-ortodoxo, junto com um nariz comprido, um tropo usado pela Alemanha nazista e por antissemitas em todo o mundo para demonizar e desumanizar os judeus. As palavras “Judas” e “traidor” foram escritas no peito do boneco. Na manhã de sexta-feira, os moradores de Pruchnik condenaram Judas simbolicamente à morte, penduraram o boneco de uma árvore alta e o arrastaram pelas ruas com o público - incluindo muitas crianças - batendo-o com gravetos. A cerimônia terminou com a queima da efígie. Os poloneses também expressaram seu desgosto pelo renascimento do ritual antissemita. Alguns postaram fotos online do mesmo ritual sendo realizado antes da Segunda Guerra Mundial. A Polônia, que abrigou a maior comunidade judaica da Europa antes da ocupação pela Alemanha nazista (1939-1945), viu um aumento nos incidentes antissemitas nos últimos anos. Israel e Polônia viram recentemente tensões diplomáticas por causa de uma lei polêmica que proíbe culpar a nação polonesa por crimes nazistas. Essa crise foi desencadeada novamente em fevereiro, depois que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse durante uma visita ao país que alguns poloneses colaboraram com os alemães durante o Holocausto.
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