20.04.2019 às 18h01
Uma equipa de investigadores melhorou as capacidades cognitivas de macacos ao implantar genes humanos no cérebro dos animais - uma experiência que parece saída da saga O Planeta dos Macacos e que está a dividir a comunidade científica
Pela primeira vez na História, uma equipa de cientistas utilizou uma técnica de alteração genética para tornar o cérebro de uma espécie de macaco, o macaco-rhesus, mais parecido com o cérebro humano.
Segundo o estudo recentemente publicado, os resultados da experiência foram positivos - os primatas adquiriram novas capacidades, como a melhoria da memória a curto prazo e registaram tempos de reação mais rápidos.
Como parte do processo, foram introduzidos embriões de macacos com uma versão alterada do gene humano MCPH1. Este gene fez com que o cérebro dos macacos se desenvolvesse de uma forma similar ao cérebro humano. Dos 11 macacos utilizados no estudo, apenas cinco sobreviveram.
A experiência abriu o debate na comunidade científica e em especialistas em ética sobre os limites deste tipo de experiências. “A utilização de macacos transgénicos para estudar os genes humanos ligados à evolução do cérebro é um caminho perigoso,” disse o geneticista da Universidade do Colorado James Sikela ao MIT Technology Review. O cientista teme que os resultados desta investigação levam a alterações cada vez mais extremas e a um maior desrespeito pela vida dos animais.
No mesmo artigo, a bioeticista Jacqueline Glover também critica a experiência. "Na imaginação popular, lembramo-nos logo de O Planeta dos Macacos. Humanizá-los é causar-lhes danos. Onde é que eles viveriam e o que é que fariam? Não devemos criar um ser que não possa ter uma vida com significado.”
Um dos líderes desta investigação, Su Bing, do Instituto de Zoologia de Kunming, um dos 20 institutos biológicos da Academia Chinesa de Ciências, disse que a experiência tinha sido revista pelo conselho de ética da Universidade e que seguira as práticas científicas chinesas e as normas internacionais de direitos dos animais.
“A longo prazo, esta pesquisa vai oferecer informações valiosas para a análise da etiologia [parte da medicina que estuda as causas das doenças] e para o tratamento de doenças do cérebro humano, como o autismo, causadas pelo desenvolvimento anormal do cérebro”, disse o investigador à CNN.O cientista chinês acusou os críticos ocidentais de serem hipócritas e de julgarem as investigações chinesas com base em estereótipos.
“Explorar os mecanismos genéticos da evolução do cérebro humano é uma questão importante nas ciências naturais, e continuaremos a nossa investigação " concluiu.
Pela primeira vez na História, uma equipa de cientistas utilizou uma técnica de alteração genética para tornar o cérebro de uma espécie de macaco, o macaco-rhesus, mais parecido com o cérebro humano.
Segundo o estudo recentemente publicado, os resultados da experiência foram positivos - os primatas adquiriram novas capacidades, como a melhoria da memória a curto prazo e registaram tempos de reação mais rápidos.
Como parte do processo, foram introduzidos embriões de macacos com uma versão alterada do gene humano MCPH1. Este gene fez com que o cérebro dos macacos se desenvolvesse de uma forma similar ao cérebro humano. Dos 11 macacos utilizados no estudo, apenas cinco sobreviveram.
A experiência abriu o debate na comunidade científica e em especialistas em ética sobre os limites deste tipo de experiências. “A utilização de macacos transgénicos para estudar os genes humanos ligados à evolução do cérebro é um caminho perigoso,” disse o geneticista da Universidade do Colorado James Sikela ao MIT Technology Review. O cientista teme que os resultados desta investigação levam a alterações cada vez mais extremas e a um maior desrespeito pela vida dos animais.
No mesmo artigo, a bioeticista Jacqueline Glover também critica a experiência. "Na imaginação popular, lembramo-nos logo de O Planeta dos Macacos. Humanizá-los é causar-lhes danos. Onde é que eles viveriam e o que é que fariam? Não devemos criar um ser que não possa ter uma vida com significado.”
Um dos líderes desta investigação, Su Bing, do Instituto de Zoologia de Kunming, um dos 20 institutos biológicos da Academia Chinesa de Ciências, disse que a experiência tinha sido revista pelo conselho de ética da Universidade e que seguira as práticas científicas chinesas e as normas internacionais de direitos dos animais.
“A longo prazo, esta pesquisa vai oferecer informações valiosas para a análise da etiologia [parte da medicina que estuda as causas das doenças] e para o tratamento de doenças do cérebro humano, como o autismo, causadas pelo desenvolvimento anormal do cérebro”, disse o investigador à CNN.O cientista chinês acusou os críticos ocidentais de serem hipócritas e de julgarem as investigações chinesas com base em estereótipos.
“Explorar os mecanismos genéticos da evolução do cérebro humano é uma questão importante nas ciências naturais, e continuaremos a nossa investigação " concluiu.
Fonte: http://visao.sapo.pt/actualidade/sociedade/2019-04-20-Cientistas-inseriram-genes-humanos-nos-cerebros-de-macacos---e-tornaram-nos-mais-inteligentes
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