Parece que estou vendo uma bem conhecida senhora. O filho, que o pai - de comportamento malévolo, doentio, que deixou de amar a vida e a morte não lhe sorri (Gorki - A velha Izerguil) - parece comprazer-se em perseguir, reprimir, humilhar e desvalorizar, faz com que a mãe se desdobre em preocupações e medidas protetivas.
Ela até estende suas preocupações às filhas, mas o seu filho, embora de cabelos já embranquecendo, vulnerável, é a sua razão de viver, lutar e resistir aos excessos, aos desmandos e à truculência do marido.
Ela sofre, mas tem uma capacidade de resignação infinita. Instigada a largar o déspota, não se atreve, porque sabe que a situação do filho ficaria ainda mais preocupante.
Em uma palavra: santa.
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(...) diante de mim, erguia-se a imagem daquela mãe, tal como eu a conheci: achacada, doente e meigos os olhos brilhando de infinito amor pelo filho. A única preocupação de sua vida era o seu filho. Os seus únicos pensamentos voltavam-se para a felicidade dele.
Da obra A mentira
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