O azar do padre Vale é que a
PF não acredita em milagre
O padre Lício de Araújo Vale (foto), da Diocese de São Miguel Paulista (SP) e diretor de Relações Institucionais da ong CEAT (Centro de Atendimento ao Trabalhou) declarou à Receita Federal ter recebido em 2008 o rendimento de R$ 81.353,49
Mas no mesmo ano a sua movimentação financeira foi de R$ 390.405,47. Como foi possível isso? Milagre da multiplicação do dinheiro?
A movimentação financeira do padre também superou seus rendimentos em 2009, 2010 e 2011, de acordo com que mostra a quebra do seu sigilo bancário autorizado pela Justiça.
O padre ficou rico. Comprou nesse período apartamento e veículo esportivo e fez investimentos financeiros.
Como a Polícia Federal não acredita em milagres, ela está investigando o padre. Ele está envolvido no desvio de R$ 18 milhões liberados pelo Ministério do Trabalho para o CEAT.
A PF abriu inquérito enquadrando o sacerdote nos crimes de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e peculato.
De acordo com as investigações, o padre tinha uma importante função na quadrilha. Ele fazia lobby junto a autoridades do Ministério do Trabalho e outras da esfera federal para a liberação de verba à ong. O padre teve encontros inclusive com o ministro e católico praticante Gilberto Carvalho (Secretaria-geral da República).
Entre as irregularidades, a PF descobriu que a ong tem um contrato de R$ 4,47 milhões com a empresa de fachada Ibratec, para “prestação de serviços de apoio administrativo, técnico e operacional”. A Ibratec paga ao padre todo o mês R$ 11 mil.
A CEAT negou as acusações da PF, e José Carlos Abissamra Filho, advogado do padre, preferiu não se manifestar.
Relatório sobre as contas do padre
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