Aiana Freitas
Do UOL, em São Paulo 27/05/201406h00
Quinze anos após ter a falência decretada, a malharia Sulfabril deve ir a leilão nesta terça-feira (27). A empresa brasileira de malhas e confecções foi sucesso nos anos 1970 e 1980 e terá sua marca e quatro fábricas leiloadas.
A marca Sulfabril é avaliada em R$ 40 milhões, e as fábricas, em cerca de R$ 120 milhões.
Apesar da falência, duas das fábricas ainda estão em operação. Atualmente, a empresa está sob a administração de um síndico nomeado pela Justiça, o economista e professor Celso Mario Zipf.
A empresa tem uma dívida estimada em R$ 119 milhões. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores Têxteis de Blumenau, Gaspar e Indaial, desse total, R$ 60 milhões se referem a dívidas trabalhistas.
O advogado do sindicato, Osmar Packer, afirma que cerca de 3.000 trabalhadores têm direito a indenizações.
Falência foi decretada em 1999
A Sulfrabril nasceu em Blumenau (SC) em 1947 e chegou a empregar mais de 5.000 funcionários. Suas coleções eram anunciadas no horário nobre da televisão e nas principais revistas do país, com garotas-propaganda como as atrizes Regina Duarte e Sandra Bréa.
A crise da empresa teve início em meados da década de 1990, com a abertura do Brasil ao mercado internacional. A falência foi decretada em 1999.
A decisão sobre a realização do leilão foi proferida em 25 de fevereiro deste ano pela juíza Quitéria Tamanini Vieira Peres. Na sua análise, ela disse que o leilão, após a longa tramitação do processo de falência, é uma "providência há muito esperada por constituir medida necessária à efetivação do pagamento dos créditos".
Atualmente, a Sulfabril emprega 700 funcionários em duas unidades em atividade, em Blumenau e Ascurra (SC). O patrimônio da empresa inclui ainda duas unidades desativadas, em Gaspar e Rio do Sul, também em Santa Catarina.
A catarinense Tatiane Duarte foi nomeada para administrar o leilão. "A venda inclui tanto os imóveis quanto os ativos localizados em cada unidade", disse ela.
O leilão será realizado em modalidade de pregão, por carta fechada. Os interessados tinham até segunda-feira (26) para entregar as propostas no cartório da 1ª Vara Cível de Blumenau. A abertura das cartas será seguida de leilão entre os responsáveis pelas maiores ofertas.
A marca e as unidades, avaliadas em cerca de R$ 160 milhões, serão oferecidas primeiramente em conjunto. Para ofertas à vista, o lance inicial é de 75% do valor de avaliação. Para propostas a prazo, o mínimo é o valor integral da avaliação, com pagamento de 30% à vista e saldo parcelado em até 36 vezes.
Terá prioridade o interessado que desejar adquirir todos os bens de forma englobada, em lote único. Se não houver interessados para a compra englobada, serão abertas as propostas em lotes.
O primeiro lote, das marcas e das duas unidades operacionais (R$ 149,3 milhões), aceitará propostas a prazo. O segundo lote, da unidade desativada em Gaspar (R$ 7,1 milhões), e o terceiro, da unidade desativada em Rio do Sul (R$ 3,7 milhões), contemplam apenas ofertas à vista, com pagamento de 30% em 72 horas e saldo em 15 dias.
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